Quinta-feira, 30 de Abril de 2009

Não é que fosse necessário, mas depois da entrevista de segunda-feira ficamos a saber, mais uma vez, o que a dra. Ferreira Leite não quer para o País.

Já sabíamos, por exemplo, que a presidente do PSD não quer o TGV. O que, porventura, não sabíamos é que as razões não estão apenas relacionadas com os actuais constrangimentos financeiros; existem também razões estratégicas. É que a existir uma linha de alta velocidade de Lisboa a Madrid os riscos dos centros de decisão nacional passarem para Espanha aumentariam muito.

Claro está que a dra. Ferreira Leite mudou de opinião - o que só lhe fica bem -, pois quando aprovou a construção desta linha, durante a sua permanência no último Governo de que fez parte, não se lembrou deste terrível risco.

Este tipo de raciocínio, aliás, tem feito escola em Portugal.

Já aquando das invasões francesas o responsável pela edilidade de Elvas tinha chamado à atenção para os riscos da modernidade.

Estando o exército francês a menos de 100 quilómetros da fronteira, o bom do alentejano insurgiu-se contra os irresponsáveis que tinham construído a estrada de ligação a Espanha, argumentando que a não existir esta via de comunicação mais difícil seria ao exército de Napoleão invadir Portugal. Nada mais evidente.

Tive pena que Mário Crespo não tivesse perguntado à líder dos sociais-democratas se também defenderia o fecho das ligações aéreas a Espanha ou talvez a construção dum muro que nos protegesse contra a fuga dos centros de decisão.

Depois, para não variar, tivemos a confusão do costume.

Não foram precisos cinco minutos, após o fim da entrevista, para a dra. Ferreira Leite dizer que não tinha dito o que tinha dito sobre a possibilidade de um bloco central. Já tinha sido o mesmo com o casamento e a procriação, os imigrantes e o desemprego e os seis meses de suspensão da democracia.

Ou isto é um truque comunicacional, até agora desconhecido, e que permite ampliar um determinado facto político, ou estamos perante um caso de dislexia. A não ser que, claro está, os terríveis conspiradores estejam mais uma vez a truncar as suas límpidas declarações.

Já quanto ao que a sra. dra. quer para o País ficamos na mesma. Parece que vai haver um programa - já mil vezes anunciado - para próximo das eleições legislativas. Por enquanto, vai repetindo as medidas propostas por outros aquando da campanha interna para a liderança do PSD entre apelos à contenção e desejos surpreendentes e, nunca confessados, de quintas e Ferraris.

Curiosamente, as únicas medidas que agora defende - redução dos impostos e da taxa social única - são as mesmas que tinha apelidado de irresponsáveis, mas parece que a credibilidade e a coerência na boca de Ferreira Leite têm um significado próprio.

Mas nem tudo parece ser mau. Na falta de ideias para apresentar aos portugueses, esta direcção do PSD lançou um cartaz com um número de telefone para as recolher.

Não é que seja muito abonatório para os homens e mulheres do Instituto Sá Carneiro que, segundo o apregoado, iam gerar os mais variados planos que nos iriam tirar do pântano onde estamos atolados. Mas, infelizmente, parece que nem uma folhinha A4 que se visse conseguiu sair de tão sapientes criaturas.

Pena é que o outdoor se confunda com uma qualquer campanha para venda de seguros ou crédito imediato, mas pelo menos mostra que há trabalho para finalmente produzir uma ideia original.

É assim mesmo, nada como perguntar quando não se sabe o que dizer.

 

DN de hoje



publicado por Pedro Marques Lopes às 20:48 | link do post | comentar

 

Há ainda outros factos importantes. Barroso impediu que a presidência britânica cortasse nos fundos da coesão, aquando das negociações para as perspectivas financeiras em 2005. A posição de Barroso valeu a Portugal 700 milhões de euros. Se eles são aplicados pelo actual governo português é outra questão.
Por fim, Barroso foi importante na concretização de cimeiras durante a presidência portuguesa extremamente relevantes para a política externa e para a diplomacia económica portuguesas: as cimeiras com África e Brasil.
O argumento da nacionalidade não é para mim o mais relevante. Mas não deve ser considerado menor no âmbito da política europeia e nos equilíbrios de forças entre estados que a sua história política e institucional sempre revelaram.


publicado por Bernardo Pires de Lima às 13:40 | link do post

 

Finalmente, o argumento “nacionalista” muito em voga no debate português. Como referi no primeiro post, prefiro avaliar Barroso pelo que fez do que pela nacionalidade que tem. Disse e reafirmo. No entanto, não é despiciendo o facto de ele ser um “Presidente da Comissão Europeia Português”. Por uma questão de prestígio internacional, desde logo. Por uma questão de influência política, em seguida. Tendo em conta as pressões que resultam da crise e as transformações que estão a ocorrer na economia europeia e mundial, o futuro da política de coesão está em discussão. Por um lado, os países que mais contribuem para o orçamento comunitário pretendem retirar fundos das políticas de coesão, o que seria prejudicial para Estados como Portugal. Ter um presidente da Comissão com sensibilidade para este dossier é importante para a coesão e, por via disso, para Portugal. Há um facto relevante na política europeia que muitas vezes não é dito: em questões de coesão económica e social entre estados membros as origens nacionais são por vezes mais importantes do que divisões esquerda-direita.


publicado por Bernardo Pires de Lima às 13:30 | link do post

 

O argumento muito badalado de que Barroso está "ao serviço dos grandes" já foi demonstrado de forma muito resumida no post anterior. Mas há um facto que demonstra a incorrecção desta premissa: o apoio reiterado de pequenos e médios Estados à sua recondução. Se ele estivesse a mando de um directório, teriam estes apoios lugar? Julgo que não. Estamos a falar dos países bálticos, da República Checa, Hungria, Eslováquia, Bulgária, Chipre, Malta, Grécia, Irlanda, Dinamarca, Suécia ou Finlândia. Para mais tarde recordar.
Este consenso à volta de Barroso é ainda o reconhecimento das suas capacidades para gerar consensos e compromissos europeus, extremamente difíceis como todos sabemos. Ao contrário de Santer e Prodi, Barroso é respeitado por pequenos, médios e grandes da União. Para um presidente da Comissão Europeia não me ocorre outro tipo de perfil de momento.
 


publicado por Bernardo Pires de Lima às 13:15 | link do post

 

A avaliação do desempenho de Barroso pode ser aferida em diversas áreas.
Primeiro, na aprovação do orçamento comunitário em 2005, mantendo as políticas de coesão como a prioridade da União, apesar da relutância inicial da presidência britânica. A Comissão foi essencial para que tal sucedesse. Segundo, a Comissão desempenhou um papel central após a rejeição do Tratado Constitucional, ajudando a manter a unidade europeia, evitando divisões entre um núcleo de Estados grandes e os restantes. Foi crucial neste dossier e ajudou a criar condições políticas que permitiram negociar o acordo para o Tratado de Lisboa. Terceiro, esta Comissão foi determinante na colocação das questões da energia e da luta contra as alterações climáticas no topo da agenda europeia. Durante o processo, enfrentou a resistência de alguns países grandes, como a Alemanha e a Itália. Quarto, a Comissão Barroso foi central na aprovação do pacote de 5 biliões, maioritariamente dirigidos às estruturas de energia, contra a posição alemã. Para quem acusa a Comissão de andar a reboque dos grandes, estes dois últimos exemplos provam que assim não tem sucedido. Quinto, foi a Comissão que apresentou um plano de recuperação económico em resposta à crise. Podemos dizer que é pouco, que não chega. Podemos até compará-lo com o plano da Administração Obama. Não podemos é dizer que a Comissão Barroso não quis nem tentou liderar uma resposta europeia. Sexto, a Comissão Barroso mostrou-se firme perante as regras do mercado único, fundamental para os pequenos e médios Estados, muitas vezes em dissonância aberta com França. Sem essas regras o domínio económico dos grandes seria reforçado. Sétimo, a Comissão Barroso foi fundamental no plano multilateral (Cimeira UE-África, Cimeira do G20) e no plano bilateral (UE-China, UE-Rússia, UE-Brasil). Foi ainda importante o papel de Barroso na aproximação entre europeus e EUA, patente nos últimos anos.


publicado por Bernardo Pires de Lima às 12:59 | link do post

 

Há duas formas de olhar para a recondução de Barroso na Comissão Europeia. Uma, pelo lado português. Outra, pelo seu trabalho. Sem desvalorizar a primeira no debate – sobretudo no nacional -, eu prefiro a segunda via. E há pontos onde Barroso se mostrou verdadeiramente capaz de liderar a Comissão. Se a avaliação destes pontos for positiva, como julgo ser o caso, os Estados, no Conselho Europeu da Primavera e por maioria qualificada, devem apontá-lo como sucessor de si mesmo. A legitimidade da sua recondução virá então com a nova formação do Parlamento Europeu. E aqui, também há dados concretos: a sua família política, o PPE (onde estão PSD e CDS) apoia-o; os Liberais, também; a nova formação política liderada pelos conservadores britânicos também o confirmarão no cargo; e o próprio Martin Schulz, líder alemão do PSE (onde está o PS) afirmou anteontem ao Financial Times alemão que apoiará Barroso. Ao nível do Conselho, Barroso tem apoios de peso já conhecidos: Alemanha, França, Grã-Bretanha, Polónia, Espanha, Itália.


publicado por Bernardo Pires de Lima às 12:40 | link do post

Quarta-feira, 29 de Abril de 2009

Vou estar hoje a debater com o Henrique Raposo os 100 dias de Obama e, pasme-se, a gripe suína. Isto na Edição Internacional da Renascença, como sempre, às 23.30. Vou estar ainda na TVI 24, no jornal das 21, a fazer o balanço possível destes 100 dias do Sr. Presidente. Depois prometo desaparecer para parte incerta.



publicado por Bernardo Pires de Lima às 17:42 | link do post

 

A jornalista do Público, Francisca Gorjão Henriques, e o investigador do IPRI (e meu amigo), Constantino Xavier, criaram um blog de acompanhamento das eleições na Índia, "a maior democracia do mundo" com 714 milhões de eleitores. Eu vou acompanhar. E você devia fazer o mesmo. É aqui.



publicado por Bernardo Pires de Lima às 11:24 | link do post

Tis all a Checker-board of Nights and Days
Where Destiny with Men for Pieces plays:
Hither and thither moves, and mates, and slays,
And one by one back in the Closet lays.



publicado por Pedro Marques Lopes às 07:25 | link do post | comentar

Reza a história que certo dia, George Best estava numa suite dum hotel de luxo, na cama, com duas mulheres. Estando o jogador de futebol com sede ou por outra qualquer necessidade, resolve pedir mais champagne.
Por coincidência, o empregado que trouxe o muito apreciado néctar era uma antigo colega de escola do George.
Depois dos abraços e do automático “o que tens feito”, o homem do serviço de quartos, vendo várias garrafas espalhadas e as duas raparigas desnudas, com um suspiro, pergunta: “Onde é que as coisas começaram a correr mal, Paul?”

 também na Verdade



publicado por Pedro Marques Lopes às 06:18 | link do post | comentar

Terça-feira, 28 de Abril de 2009

Não quero ser desagradável, mas acho que foi mau de mais. "Se perder, perdi". "Se ganhar, ganhei". Um Vítor Urbano nos gloriosos tempos do Paços de Ferreira não diria melhor antes de uma ida a Vidal Pinheiro. O "não tenho que prestar contas ao partido". A piscadela ao Bloco Central de facto, como que a fazer a vontade ao Dr. Cavaco. Os huh.... o olhar para baixo... a falta de garra. Eu diria mesmo, de vontade. A tirada final sobre os desencontros no "supermercado do bairro". Este filme não é para a Dra. Manuela. Tirem-na deste filme.

 

Também no 31.



publicado por Bernardo Pires de Lima às 12:08 | link do post

Segunda-feira, 27 de Abril de 2009

Ponham-se a construir melhores vias de comunicação com Madrid e depois queixem-se de que os órgãos de decisão nacional passam para Espanha.
A Dra Ferreira Leite já está, de facto, noutra dimensão.



publicado por Pedro Marques Lopes às 21:54 | link do post | comentar

 

Podemos olhar para a conferência de Genève (Durban II) de duas maneiras: através da ONU ou pela acção individual dos Estados. Em ambas as formas, porém, a conclusão é exactamente a mesma: a frente anti-Israel ganha peso, forma, método e pretende aproveitar a liderança iraniana para provocar uma reacção no novo executivo israelita, de forma a legitimar-se internacionalmente.
As Nações Unidas têm na inconsistência a sua definição, seja por espelharem o sistema internacional em cada altura, ou pela sua (in)acção na resolução de problemas globais. Mas falar de inconsistência quando olhamos para Durban I e II é perfeitamente absurdo. Foi, aliás, com enorme consistência que nações africanas, árabes e islâmicas formaram um bloco poderoso neste inenarrável Conselho dos Direitos Humanos (presidido pela Líbia), para discutirem o “racismo”, a “xenofobia” e a “descriminação”. E quem melhor do que líderes africanos, árabes e islâmicos para nos apregoar as boas práticas em volta desta trilogia. A primeira conclusão a retirar é que a ONU, pela forma como se deixa manipular, não merece o respeito que reivindica. Podia ter dedicado umas linhas aos prisioneiros políticos ou homossexuais no Irão, ao racismo na guerra do Sudão, à carnificina no Ruanda, às vergonhas na China. Mas preferiu não o fazer. O alvo foi apenas e só Israel.
A liderança deste espectáculo coube a Ahmadinejad. O presidente do Irão tem eleições para ganhar em Junho, um governo novo e radical em Israel e um mar de gente a idolatrá-lo. Ahmadinejad só pretende uma coisa: hegemonia regional por via de um ataque de Israel. Infelizmente vai consegui-lo e a ONU terá que entrar no confessionário e publicamente fazer o mea culpa. O seu consolo é que não o fará sózinha.


publicado por Bernardo Pires de Lima às 16:01 | link do post

Sábado, 25 de Abril de 2009

 

Hendrik Johannes Cruijff nasce a 25 de Abril de 1947

 



publicado por Bernardo Pires de Lima às 16:34 | link do post

 

Alfredo James "Al" Pacino nasce a 25 de Abril de 1940

 



publicado por Bernardo Pires de Lima às 11:25 | link do post

Sexta-feira, 24 de Abril de 2009

Muito gostava de saber como é que Pacheco Pereira vê as recentes tomadas de posição de Rui Rio.

Será que também pensa que o Presidente da Câmara do Porto é um perigoso divisionista?  

 



publicado por Pedro Marques Lopes às 18:29 | link do post | comentar

 

Ainda por cima com o Francisco Proença de Carvalho, esse velho capitão de Abril, nos pratos!



publicado por Bernardo Pires de Lima às 12:56 | link do post

Gosto especialmente quando estes senhores tão importantes dão uma espreitadela no União de Facto e seguem as instruções. É rápido e barato, até porque não cobro nada. Resta saber como e a quem serão entregues estes 250 milhões de dólares.



publicado por Bernardo Pires de Lima às 11:11 | link do post | comentar

Parece-me que ficou clara a forma como cada partido tratou do “caso Provedor de Justiça”. Quem apresentou candidato, depois de nove meses a assobiar para o lado, voltou a partidarizar o cargo. Quem não o fez, recusou-se a participar na festa. O futuro Provedor poderia ficar resguardado deste triste espectáculo. Infelizmente não vai ser assim. 



publicado por Bernardo Pires de Lima às 11:04 | link do post



publicado por Bernardo Pires de Lima às 10:13 | link do post

Quinta-feira, 23 de Abril de 2009

Vai longe esta direcção do PSD com estes conspiradores.
Nem uma palavra sobre o texto que evidentemente não lhes interessa. O que importa é uma teoria conspirativa que mete jornais e supostos apoiantes de quem quer que seja.
Dá vontade de rir mas é apenas triste.  



publicado por Pedro Marques Lopes às 19:57 | link do post | comentar

 

 

 

O jornal i vai para as bancas dia 7 de Maio. Se há altura em que os media devem ter coragem e tomates é esta. E muitos de nós também.



publicado por Bernardo Pires de Lima às 19:49 | link do post

Há, de facto, coisas muito estranhas na politica portuguesa.
Rui Rio – e muito bem – está contra o projecto-lei apresentado, hoje, pelo PSD e não se cansou de o dizer a tudo o que é meio de comunicação social.
Não é, com certeza, a primeira vez que Rio está contra as posições oficiais da direcção que faz parte mas, disciplinadamente, tem-se mantido em silêncio. Recentemente, aliás, correu que não teria ficado muito agradado com a escolha de Paulo Rangel.
O que terá levado o Presidente da Câmara do Porto a tomar esta atitude numa altura em que o partido de que é vice-presidente está em plena campanha eleitoral?
Que terão a dizer os apoiantes da dra Ferreira Leite, sempre prontos a criticar as vozes social-democratas descontentes, quando um membro da direcção faz críticas destas num momento destes?  



publicado por Pedro Marques Lopes às 17:31 | link do post | comentar

 

O União de Facto promete novidades, grandes novidades para breve. Esteja atento.



publicado por Bernardo Pires de Lima às 15:23 | link do post

"a falta de afirmação do espaço à direita traz também problemas para Cavaco Silva no que diz respeito à sua reeleição.

Os erros da actual direcção do PSD não põem só em causa os vários actos eleitorais que se avizinham: comprometem também a eleição presidencial.

Cavaco Silva é, no fundo, refém do falhanço da liderança de Manuela Ferreira Leite."

 

no DN de hoje



publicado por Pedro Marques Lopes às 14:48 | link do post | comentar

 

 

É esta a minha pilha de livros actualmente.



publicado por Bernardo Pires de Lima às 12:44 | link do post

Quarta-feira, 22 de Abril de 2009

Quantos portugueses sabem que Portugal se está a candidatar a membro do Conselho de Segurança da ONU para 2011-2012? Deve ser secreto.



publicado por Bernardo Pires de Lima às 17:47 | link do post

Quantos portugueses sabem que Portugal preside actualmente à CPLP? Aliás, preside desde Julho de 2008 até Junho de 2010. Deve ser secreto.



publicado por Bernardo Pires de Lima às 17:29 | link do post

Um auto do juiz Baltasar Garzón, de Julho de 2008, menciona a presença em Portugal do recém-capturado líder militar da ETA, Jurdan Martitegi Lizaso, referindo que o objectivo era instalar uma base da organização no país.

 

Começa assim a notícia do JN de ontem. Sobre a ligação entre terrorismo, crime organizado e violência em Portugal por via de furtos e associação criminosa em Lisboa, nenhuma autoridade portuguesa se pronunciou. Esperava-se uma reacção do Ministro Rui Pereira. Ou talvez não. Esperava-se também mais da Oposição. Ou talvez também não.  



publicado por Bernardo Pires de Lima às 17:27 | link do post

Foi uma entrevista em que o chefe do Governo se mostrou preparado para enfrentar os desafios eleitorais que se avizinham e que lhe correu francamente bem.

O Primeiro-Ministro fez o seu discurso habitual enunciando a política do Governo para dar resposta à crise e o que acha serem os sucessos no campo social. Nada de novo. O discurso pós anúncio da crise, tem as mesmas qualidades e defeitos de todos os que faz sobre estes temas: muitos princípios gerais e pouca explicação de como as medidas serão concretizadas.

O esperado discurso de oposição à oposição não foi esquecido e aconteceu o que também é já normal nas aparições públicas importantes: o anúncio de uma nova medida social que mais uma vez parece ser meramente simbólica.

A única novidade politica é a assunção prática de um conflito entre o Governo e o Presidente da República.

Por muito que o Primeiro-Ministro repetisse que tudo se passava dentro da maior normalidade institucional, as mensagens foram mais que evidentes. 
Dizer mais do que uma vez que tem a certeza que o Presidente da República não se deixará instrumentalizar ou que não percebe a que se refere Cavaco Silva quando fala de governar para as estatísticas não deixa dúvidas a ninguém sobre o estado da relação institucional.
Este conflito vai, infelizmente, ser o centro do debate político nos próximos tempos e mais que previsivelmente vai-se arrastar até depois das legislativas.

O Primeiro-Ministro já percebeu que tem um novo opositor político e este não será tão fácil de bater como os que tem enfrentado.

Texto publicado na edição do DN de hoje





 

 



publicado por Pedro Marques Lopes às 14:52 | link do post | comentar

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