Sou suspeito para falar do assunto, não só por ter acompanhado a gravidez e o nascimento, como por colaborar desde a primeira hora, mas a entrevista do Martim revela três aspectos essenciais: noção clara do "produto", motivação e vontade em fazer sempre melhor, ambição na sua internacionalização. Deve ser por isso que todos os que colaboram no jornal sentem essa pica. É bom vestir a camisola.
Actualmente estamos a vender 9700 em banca, com uma subida. Vendemos 10900 no primeiro mês, 7200 no segundo, 7400 no terceiro e 9100 no último mês. Isto são as vendas em banca. O que conta no mercado e que serve como padrão de comparação é a circulação paga, a maneira como fazemos circular o jornal: 12753. (i)
52% da circulação é em Lisboa, 18% no Porto e estamos muito bem em Leiria, Coimbra, Viseu e no Algarve. (i)
Os que mais lêem o i têm entre 25 e 38 anos. É um grupo jovem que não lia habitualmente jornais. Nós estamos a fazer um jornal para quem se cansou de ler os outros.
Temos mais audiência entre os 25 e os 44 anos do que qualquer outro título.
Temos mais audiência entre profissionais qualificados do que qualquer outro título em Portugal.
E temos um público que nenhum outro tinha: o dos que têm entre 21 e 32 anos - esses são grande parte dos 22% que não liam jornais.
(i)
Caro Carlos,
Deixa-me esclarecer dois ou três pontos.
Eu não estou desiludido com esta direcção do PSD porque nunca tive ilusões acerca do caminho que ia ser seguido. Só me desiludiu na medida em que está a ser muito pior do que, mesmo assim, esperava.
Fui convidado para dar a minha opinião. Foi isso que fiz no debate a que te referes e em todos os locais para que me convidam
Como não sou militante de nenhum partido e não pertenço a qualquer "clube de reflexão" apenas respondo por mim e pelas minhas convicções.
Talvez por não pertencer a nenhum partido não opino em função dos interesses de qualquer organização ou pessoa . Logo, não estou preocupado se as minhas ideias fariam perder ou ganhar eleições. São, repito, apenas as minhas convicções.
Há porém algo no teu texto que acho estranho: não se pode dizer que se vai fazer isto ou aquilo porque se perdem eleições? Então e a Verdade?
Outra coisa. "Trata-se simplesmente de vivermos num país onde o ADN dos seus habitantes não comporta uma atmosfera de rarefacção do peso paternalista e dirigista do Estado", dizes tu. Assim sendo devo entender que achas que estamos condenados a viver num país atrasado, pouco competitivo, pobre e sem outra solução que não seja vivermos à sombra do paizinho Estado?
É um prazer "falar" contigo
Um abraço
P.S. vou esquecer a história da luminária.
Paulo Bento, se tens um grupo "muito jovem", mete alguns no jardim escola e arranja uns gajos rijos e séniores para a defesa e meio-campo. Se quiseres ainda, pões-me na equipa técnica que eu digo-te isto na cara. E digo-te também que com um director desportivo como o Barbosa a dar a cara pela equipa, alguém que nunca chegou sequer a ser adorado em Alvalade, ainda vais ver muitos penteados novos no Djaló e amigos. Se tivesses coragem, mandavas todos rapar o cabelo e passar uma semana em Lamego.
Deus Pinheiro quer uma coligação PS/PSD para salvar o país. Não é o único. Em Belém, o Dr. Cavaco sonha com essa tábua de salvação. É que também pode ser a sua.
ps: o caso das escutas em Belém passou à história. "Patetice" de um lado, silêncio do outro. Enfim, uma vergonha das grandes. Eu não me esqueço dos seus protagonistas. Tenho a certeza que vocês também não.
Queiróz convocou Liedson para a selecção. A mim tanto se me dá que ele seja brasieiro ou mongol, pois não sigo a equipa de Madaíl. O que me interessa é saber quem vai indemnizar o Sporting pela ausência, cansaço, lesões e uso de uma camisola encarnada de Liedson da Silva Muniz.
Ontem, no meu curto serão televisivo, dei de caras com alguns políticos que gostam de se auto-definir como gente "séria", "trabalhadora, "íntegra", "recta". Fico sempre com a sensação que todos os outros são uns patifes do pior - eu incluído -quando os ouço. Num canal, Nuno da Câmara Pereira, conhecido pelo seu atarefado trabalho parlamentar, dizia que "Marx estava certo"; noutro, Luís Marques Mendes, alguém que divide com Manuel Alegre a propriedade da "ética" em Portugal, dizia que "só os ricos é que tinham direito à justiça". Ele lá saberá do que fala. Na Universidade da JSD, aplaudiu-se de pé o discurso. Há três anos atrás chamavam-lhe todos os nomes. E dos bonitos. Depois destes minutos, achei melhor desligar a televisão.
Há uns anos fui a Milão ver o Sporting e desci de comboio até Roma para assistir ao Lázio-Juventus, no Olímpico. Na altura, era Fernando Couto central laziale e um ídolo dos adeptos. Tinha a alcunhda de Mafalda (a da BD). Lembro-me bem de uma corrida que ele fez numa interrupção do jogo, em que parte da sua área para vir à outra dar uma cabeçada ao Trézéguet. O estádio levantou-se todo. Mas não é de Couto que quero falar. É de um dos maiores jogadores do mundo da última década e que hoje anuncia a sua retirada: Pavel Nedved.
Esse jogo que assisti nos Irriducibli era o primeiro de Nedved com a camisola da Juve depois de alguns anos na Lázio, onde foi campeão. Antes do jogo começar e enquanto o estádio cantava o nome de Diego Simeone (na bancada), um grupo de ultras laziale foi buscar Nedved ao relvado, encheram-no de cachecóis, conduziram-no à curva norte e o estádio inteiro aplaudiu-o sem parar, de pé, durante longos minutos. Nedved, de bianconero vestido, chorava. A seguir, foi dar o pontapé de saída da partida. Isto é o calcio.
Bom editorial do Miguel Pacheco hoje no i. Interessante o páragrafo onde refere uma estratégia possível para estas legislativas: Os valores - mais do que a solução para a crise - serão o grande factor de diferenciação entre Ferreira Leite e Sócrates. Concorda com o casamento de homossexuais? E com a eutanásia? As uniões de facto são tão válidas como um casamento? Aliás: o que é o casamento? Serão estas as perguntas essenciais para a campanha que aí vem. (i)
O Miguel teria toda a razão numa conjuntura dita "normal", sem o espectro da crise económica, financeira e, no caso português, mental (paranóia com gripe, negativismo crónico, pessimismo sanguíneo, etc, etc). Só que é esta a realidade. E é exactamente ela que leva a que todas estas questões passem para segundo plano e os portugueses se voltem para as recorrentes figuras paternalistas, a quem querem entregar as suas vidinhas, porque parece que são eles os detentores da "seriedade" e da "credibilidade", duas palavrinhas tão mágicas, tão mágicas que parecem mesmo ilusionismo. Como tal, só acredita quem quer.
O Presidente da República teima em querer alterar o período em que é possível legislar.
Os argumentos substanciais para o veto são compreensíveis e, claro está, perfeitamente legítimos. Também ninguém tem dúvidas que o Presidente vetaria sempre esta lei, fosse agora ou em 2007.
Não há é necessidade de dar argumentos que ferem o mais elementar respeito pelos prazos e competências constitucionais.
O Professor Cavaco vetou a nova lei de União de Facto (i). Diz que era "inoportuna". Eu digo que se calhar era mesmo por isso que era boa.
A frase do título é de uma senhora no comício de José Sócrates na Madeira, respondendo à pergunta se sabia que o primeiro-ministro ia estar presente. Outra dizia que gostava era de festas.
"Não sabia que não sou desta freguesia", de Paulo Pinto Mascarenhas no ABC
O grande problema de Portugal não é a crise, mas a incapacidade de crescer e de produzir o suficiente para manter a prosperidade. Se o problema não se resolver, a "crise" acabará, outros países voltarão a ser mais ricos e nós continuaremos a ser mais pobres. Na vida, não há milagres e não se pode aderir à União Europeia de vinte em vinte anos.
João Marques de Almeida no DE
Eleito em 2004, Hamid Karzai cumpriu um mandato repleto de insucessos. O terrorismo estendeu-se no território, os Talibans reorganizaram-se, a al-Qaeda continuou activa na fronteira com o Paquistão, a corrupção e o tráfico de ópio dispararam. Neste quadro negro e pouco depois de Obama ter traçado uma estratégia distinta da de Bush - cruzando soluções militares, políticas e económicas; cooperação regional com Paquistão, Irão e Rússia –, era preciso reforçar a legitimidade política e ontem realizaram-se eleições presidenciais. Para muitos, elas são erradas, inconsequentes, falsas. Para mim, são essenciais.
O Henrique tem razão: o Ministério Público também quer ser parte da próxima corrida eleitoral.
Só se esqueceu de um outro: o Presidente da República.
Em Portugal, o almoço não é bem uma refeição; é mais um elemente de uma cultura de socialização. Lento e ritualizado, planeia-se de véspera, por vezes no mês anterior. Quem não almoça não existe.
Pedro Lomba no i
Hoje, na rubrica do i, Uma ideia para Portugal minha e acredito de muitos mais: "Liberdade de escolha na educação. Liberdade de escolha no regime de segurança social. Liberdade de escolha sobre operadores de electricidade, água, gás. Um regime de rendas amigos dos jovens. Liberdade de criar empresas, emprego e riqueza sem ser sugado em impostos. Em resumo: mais liberdades".
Em Portugal, comunistas com mais ou menos cafeína têm 20% dos votos. A Europa de Leste, afinal, é aqui.
Contra Sócrates, contra Cavaco, contra esta falta de vergonha que permite que os dois órgãos de soberania brinquem às democracias. Porque, se Cavaco sabe que é escutado, o melhor era nem falar no assunto: chamava Sócrates e demitia-o. Não existe alternativa. Se não sabe, então crucificava o seu assessor.
Martim Avillez Figueiredo no i
Ninguém descreveu tão bem o que se viveu na Alemanha dividida de 1989 como Timothy Garton Ash (The Magic Lantern). Pelo seu retrato, a espontaneidade dos milhares que saíram para a rua na RDA em Outubro e Novembro desse mágico ano deveu-se ao falhanço de um sistema mas, também, aos exemplos dados pelas “refoluções” polaca, húngara e checoslovaca. Tudo se precipitou com o fluxo diário dos milhares que atravessavam a recém-aberta fronteira austro-húngara e o instinto de liberdade que imediatamente suscitou nos alemães de Leste.
Quando os meus bons amigos Rodrigo Moita de Deus e Henrique Burnay fizeram o gesto político com mais graça na política portuguesa desde as tiradas do Almirante Pinheiro de Azevedo, um jornalista da Antena 1 ligou-me para obter uma reacção "sobre a bandeira". Eu não fazia ideia do que se tratava e por isso não fui a melhor reacção ao sucedido. Mas gostava de deixar aqui uma nota curta sobre o gesto. Já tive umas ligeiras simpatias monárquicas. Hoje em dia é-me indiferente o tipo de regime, desde que o Chefe de Estado (duas palavras que conjugadas me causam aflição) esteja quietinho e se possível caladinho. Sou um defensor do Parlamento e do Governo que daí emana. Não gosto de figuras majestáticas, com gabinetes cheios de gente poderossísima que nunca foi sujeita ao escrutínio do voto. Por isso é simples tirar a conclusão: apoio a troca da bandeira; o tipo de regime que se foda.
Devo dizer uma coisa: ninguém que eu tenha visto me pareceu muito preocupado com a tal da gripe A. Não tive uma única conversa sobre ela. Não vi uma única máscara que seja nas ruas, metros ou comboios. Foi preciso passar quase um mês fora de Portugal para deixar de ouvir falar nela. E que bom que foi.