Com negociação financeira na mesa e a Grécia a ferro e fogo, a Polónia pode ter aquilo que tem faltado a outras presidências rotativas: europeísmo, influência, uma economia a crescer e um governo liberal bem cotado. Até parece que estamos a descrever a Alemanha.
Hoje no Diário de Notícias
De pé a bater palmas ao Pedro Mexia
Este Governo começou bem. Tendo em conta o que aconteceu em anteriores governos (do PS e do PSD), o que submeteu a votos é, no essencial, o que agora apresenta no seu Programa.
Este é o Governo com melhores condições de governabilidade dos últimos tempos: tem uma maioria sólida; não mentiu na campanha e, desse modo, tem um programa com total legitimidade democrática; o país está de rastos e, portanto, “o que tem de ser tem mesmo que ser”; tem um programa base da troika que foi aprovadíssimo pelos partidos responsáveis e com larga maioria na assembleia; a esquerda radical foi quase esmagada nas eleições; e, com relevância para alguns, o 1.º Ministro viaja em classe turística.
Perante estas condições, estou convencido que se não fizermos o que temos a fazer para revolucionar o país nos primeiros dois anos desta legislatura, então estaremos mesmo destinados a ser uns desgraçadinhos.
Posto isto, aprovado o Programa de Governo esta semana, já só falta fazer...tudo! E é bom que o façam rápido, antes que o tempo, os escândalos do Correio da Manhã, as corporações, os donos do Estado, façam esquecer as condições únicas que este Governo tem para mudar Portugal... Para melhor, espera-se!
A imprensa servil que reinventa o passado só pecou por defeito.
Há três características que um candidato às primárias republicanas não pode ter se as quiser ganhar: ser gay, muçulmano e ter servido a Administração Obama.
Hoje no Diário de Notícias
Eu ficaria mais satisfeito que o 1.º Ministro tivesse vetado Bairrão, pelo simples facto de o Governo não ter nomeado o Prof. Marcelo como porta-voz. As novidades do Executivo não devem ser conhecidas através dos comentários de domingo.
Enquanto não conseguires descobrir o que foi uma imprensa servil toma uns Kompensans pela manhã. Depois liga a torneira e toma uns banhos frios. É como o défice, com o tempo vais ver que passa.
Acabo de ouvir um interessantíssimo programa sobre os problemas de obesidade dos cães e dos gatos. O tema é mais vasto, segundo os intervenientes do debate existe um problema de excesso de peso na generalidade dos animais de companhia. Apesar do tema obesidade ser uma das minhas várias fontes de preocupação não me correram lágrimas pelos olhos abaixo. Confesso, ligeiramente embaraçado, que o colestrol canino, os trigliceridos felinos ou o ácido úrico hamsteriano não me tira o sono.
O resto está aqui
Afinal, António José Seguro admite mais austeridade, caso os números da execução orçamental Jan. -Mar. que o INE divulga amanhã contrariem o optimismo dos dados divulgados pela DGO. Creio que o futuro líder do PS já percebeu que entre a contabilidade pública divulgada ainda pelo Governo de Sócrates e a contabilidade nacional que será divulgada pelo INE (que inclui todos os compromissos assumidos e não apenas os que foram pagos) existe uma substancial diferença.
Bernardo Bairrão podia ser secretário de Estado de um Governo que traçou entre as primeiras prioridades a privatização da RTP? Podia mas faria, logo de início, o que fez Jorge Lacão com a redução de deputados - metia a viola no saco. Já para não falar do afastamento de Moura Guedes da TVI que Bairrão consumou e que tantas críticas mereceu do PSD... Quanto ao resto, meu caro Pedro , poder pode e é só uma questão de ler o DE amanhã...
O DE e o Expresso dizem que Passos Coelho vetou Bernardo Bairrão por causa das suas posições sobre a privatização da RTP. Com as devidas desculpas (sobretudo ao camarada Francisco), não acredito. Mal estavamos se um PM deixava que se convidasse um secretário de Estado sem o seu conhecimento e consentimento.
Em Outubro, António José Seguro, na versão sensata, dizia que "os portugueses estão fartos de fazer sacrifícios sem ver resultados". Este fim-de-semana, AJS na versão candidato diz que não são precisos novos sacrifícios. Será a sua primeira derrota. E perderá pela evidência dos números.
Calhou estar de visita ao Pentágono no último dia de Donald Rumsfeld em funções e ao Congresso quando Robert Gates foi confirmado no seu lugar. Nos briefings e conversas que tive, fiquei com nítida sensação que Rumsfeld marcara uma era incómoda e que Gates vinha repor credibilidade: George W. Bush era o sétimo presidente que iria servir. Quase cinco anos depois, o Pentágono muda novamente de mãos em tempos não menos críticos.
Ontem no Diário de Notícias
O Afeganistão não se reduz ao número de tropas: é um entroncamento regional de grandes potências demasiado precário para ficar desamparado. Washington leva nesta frente mais anos de combate do que os travados na I e II Guerras juntas. Mas, ao contrário destas, não haverá agora nem vencedores nem derrotados. Ainda vamos ver tropas americanas por muitos anos no Afeganistão.
Hoje no Diário de Notícias
Meu caro amigo, concordo em quase tudo contigo, mas o diabo está nos detalhes. Há anos que digo que os políticos deveriam receber o que recebem lá fora. Não no mundo, na vida para lá da política (os que nunca saíram dela devem ganhar o que ganham). Os vencimentos deveriam reproduzir a média dos últimos quatro IRS (uma legislatura). Mas só há uma forma de tudo mudar: um candidato a Presidente, para um segundo mandato, decide abrir o debate, patrocina-o mas desde que a alteração se aplique depois de abandonar a política activa. Agora, a virtude de compreender o tempo implica o que implicou no último Orçamento: Passos Coelho obrigou Sócrates a introduzir um corte salarial nos salários dos políticos, cumprindo o princípio aplicado a quem na função pública ganha mais de 1.500 euros. Tive pena que a medida tivesse que ser tomada porque tive e tenho pena de viver num país em pré-bancarrota. Mas aplaudi-a. General que é general não fica no quartel. Desce à terra e cheira o pó que quem combate cheira. Se nos próximos dois anos o PM vai cortar a torto e a direito para nos meter direitos, o exemplo tem sempre de vir de cima.
Caro Francisco, para sinais, confesso, preferia uns parecidos com esses dos medicamentos (com pouca eficácia, como todos sabemos) e das pensões do que não viajar em executiva. Gostos.
Agora, mais a sério. Este tipo de medidas além de não terem qualquer tipo de relevância económica voltam-se sempre contra quem as aplica. É que nunca são consistentes. Não tarda vamos ter pedidos populares do género dos que aqui abaixo enunciei. Vai uma apostinha de que daqui a uns meses, quando as coisas apertarem, ainda vamos ouvir falar do Falcon? E, já agora, ficará no Íbis lá do sitio ou num cinco estrelas?
Se o meu PM não viaja em executiva, quem deve viajar nessa classe? Se o meu PM não deve ficar num 5 estrelas, quem deverá ficar?
Depois, convém não esquecer que o cargo de Primeiro-Ministro não é propriamente semelhante ao de director duma empresa qualquer, exige dignidade institucional e um conjunto de prerrogativas ligadas não só às funções de representação mas, sobretudo, ao carácter único da função. Eu quero que o meu PM viaje no melhor lugar possível para que possa ir trabalhando e não seja incomodado por outras pessoas, quero que chegue o mais descansado possível a reuniões sempre importantes, quero – já que ganha miseravelmente – que possa, ao menos, ter algumas benesses paralelas que o façam ser mais produtivo.
Já vimos demasiadas vezes estas tonterias de executivas e coisas que tais. Não querem dizer rigorosamente nada. Para o meu PM o melhor, também exijo o melhor dele.
Entretanto, vou esperando propostas do género:”os ministros vão passar a vestir na Rua dos Fanqueiros e a almoçar na tasca da Ti Gertrudes”. Mas aí é diferente, o povo não os vê nem no Rosa e Teixeira, nem no Gambrinus.
Como dizia o outro: não me emprenhem pelos ouvidos.
Discordo de ti, Pedro. Sócrates no discurso de tomada de posse deu um sinal: medicamentos sem receita médica passariam a ser vendidos fora das farmácias para acabar com um monopólio injustificado. O país aplaudiu. Muito bem. Quando Sócrates decidiu aumentar a idade da reforma para tornar a Segurança Social sustentável, "O Independente" e o "Expresso" contaram ao país que Luís Campos e Cunha e Mário Lino acumulavam pensões com os salários de ministro. Sócrates acabou com a acumulação. O país aplaudiu. Muito bem. Passos Coelho vai passar os próximos dois anos a "fazer sangue", a arrumar a casa e é natural que as dificuldades que muitos já passam aumentem e que muitos outros passem a sentir dificuldades. Hoje deu como sinal que deixará de viajar, na Europa, em primeira classe (uma proposta anunciada no plano de austeridade de Maio, creio). O país só pode aplaudir. Muito bem.
Parece que o Primeiro-Ministro resolveu ir de económica para a Cimeira Europeia. Espero pela renúncia ao motorista, ao carro do Estado e aos assessores e secretárias pessoais. Já que se está com a mão na massa vendia-se a residência oficial de São Bento e alugava-se um escritório em Marvila. Nada de cozinhas e cozinheiros na dita residência, quem quisesse comer que trouxesse a marmita.
Não me lixem com sinais.
Antevejo manif da senhora eurodeputada e dos homens da luta à porta do conselho europeu de amanhã. É o primeiro acto oficial de Portas no estrangeiro. Quem diz disparates cá dentro só pode ser consequente lá fora.
Salvar a Grécia é salvar o euro e salvar o euro é salvar esta União Europeia. E pode não existir outra. É tão simples como isto.
Hoje no Diário de Notícias
Esqueçamos o acessório (Fernando Nobre) e concentremo-nos no essencial (na relação PSD-CDS). Hoje do Parlamento saiu o sinal inequívoco que contraria até os mais crentes: a relação de Passos Coelho e Paulo Portas terá uma tensão e uma desconfiança permanentes que, esperemos, nunca ultrapassarão o razoável. Portas tentará sempre mostrar a Passos como é determinante e decisivo para o PSD levar a água ao moinho. Passos tentará sempre recordar a Portas que vale, apenas, 30% do Governo. O presidente da AMI foi um mero objecto deste primeiro acto. O que conta são os próximos quatro anos e os resultados que Passos e Portas alcançarão.