Mas se a intervenção punitiva não resolve a guerra civil, o que resolve, afinal? Só vejo uma resposta: pôr termo ao insustentável peso na consciência dos interessados por terem deixado chegar a Síria a este estado.
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Não será inconstitucional?
Há coisa de mês e meio tive uma das conversas mais memoráveis da minha vida com um jovem de 94 anos chamado Timuel Black. No museu DuSable, zona sul de Chicago, Black contou-me como foi o dia que amanhã faz 50 anos. Nascido na racista Alabama, neto de escravos, filho da primeira grande migração sulista para Chicago, combatente na Normandiae um dos primeiros a ver Buchenwald, Tim Black tornou-se no homem forte de Martin Luther King em Chicago. Liderou duas mil pessoas até Washington e abraçou para sempre o seu eterno discurso. Nessa manhã, disse-me: "Enquanto for vivo, não vou parar de lutar."
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Ouvimo-lo menos do que merecia. Fez mais do que reconhecemos. Acontece aos ímpares.
A libertação de Mubarak é o prego que faltava no caixão de Tahrir. A transferência de Tora para um hospital militar, o adiamento da sentença e o timing da decisão são muito mais que simbólicos: pintam a correlação de forças de um Egito que viveu dois anos e meio embriagado com uma revolução que nunca existiu.
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O PS acusa o Governo de ser eleitoralista porque não apresenta o OE/2014 antes das autárquicas de 29 de Setembro. P...S... Sim, o P-S. O mesmo partido que governava em 2009, ano de legislativas e autárquicas. O mesmo PS que, em 2009, aumentou a função pública em 2,9%, ganhou as legislativas a 27 de Setembro contra os derrotistas do PSD que queriam travar obras públicas, PPP rodoviárias e outras obras decisivas e emblemáticas, perdeu as autárquicas a 11 de Outubro e apresentou o OE/2010 a 15 de Outubro.Sim, a 15 de Outubro. Seguro estava na última bancada do Parlamento.
Merkel, ao contrário do que se diz, é mais herdeira de tudo isto, não tanto o seu motor. Herdeira da vitalidade de uma grande Alemanha - demasiado grande e forte para a Europa, como escreveu A. J. P. Taylor -, da condução reunificadora de Kohl, mas também da sua decadência e da crise da CDU no início do milénio, e sobretudo das reformas de Schröder, que deram a robustez necessária para a Alemanha suportar a crise financeira desde 2008. A verdade é que foi um governo de centro-esquerda a fazer as reformas sociais e laborais mais duras. Com a devida destrinça, Schröder foi para Merkel o que Thatcher foi para Blair.
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Acontece que a estratégia da força bruta tem um risco enorme e incalculável. Por estar entre conflitos mais ou menos evidentes (Líbia, Síria, Iémen, Iraque) e perante uma Irmandade transnacional, nada impede que às suas facções políticas se juntem tribos jihadistas que olhem para o Cairo (mas sobretudo para o Sinai) como mais uma batalha sagrada. Não há muito tempo, entrevistado num café do Cairo, Mohammed al-Zawahiri, irmão do líder da Al-Qaeda e chefe do Movimento da Jihad Salafista no Egito, dizia que não desencorajava ninguém a combater na Síria, mas que os jovens tinham uma jihad egípcia por fazer.
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"A Tunísia não é o Egito", disse o inefável ministro dos Estrangeiros alemão, Westervelle, ao visitar Tunes. Já estamos habituados à cadeia de pensamento para afastar os maus espíritos. Acontece que muitas vezes são mesmo os maus espíritos que se encontram e Westervelle, sobre isso, não tem rigorosamente nenhum poder para inverter a situação. Não tem Westervelle, a Sra. Ashton ou John Kerry, que numa habilidade muito própria resolveu há dias saudar de viva voz a "restituição democrática pelos militares egípcios".
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A questão é se os EUA saem prejudicados com o afastamento, quando precisam da ajuda russa no Afeganistão, com o Irão ou numa inversão do caos na Síria. O asilo a Snowden é o menor destes problemas e, nesse sentido, apenas confirmou uma relação em declínio, não a alterou. O Paquistão é mais importante na retirada americana do Afeganistão e Moscovo, na verdade, também reza para que o caos não regresse às suas fronteiras, o que pode ser agravado pela espiral síria. Não será o cancelamento de um encontro a diluir tudo isso. Prova, apenas, que nada mais sobra entre os dois do que um distanciado interesse pragmático e casuístico.
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Prestígio permite bocas? Li: Isabel dos Santos tem fortuna martelada com dinheiro do País que o pai Governa. Ok. Já o tinha ouvido. No café. Nos comentários. Provas? ZERO. Na Forbes? Sim. Pois, até os arranha-ceús caem. Como baralhos de cartas.
Parabéns aos empresários, parabéns aos exportadores de bens e serviços, parabéns aos derrotistas (motivam), parabéns ao PM que disse há um ano o que poucos ou muito poucos acreditavam, parabéns à AICEP e a todos os que nela trabalham. Parabéns Pedro Reis. São poucos, os distintos, que remam. Mesmo contra marés, correntes e agueiros.
A guerra síria é o teatro por excelência do sectarismo étnico-religioso no Médio Oriente: o vizinho Iraque tem sido a sua extensão perfeita. Terceira, o governo xiita iraquiano de Maliki tem promovido a humilhação sunita. Perseguições políticas e legislação sectária são práticas correntes. A perceção da influência do Irão sobre Maliki dá o toque que faltava à reação zarqawista: uma hegemonia xiita é incompatível com o velho sonho de Al-Zarqawi, a criação da "Grande Síria", um vasto e histórico território "limpo" que agrupa Síria, Líbano, Iraque, Jordânia e Israel. O Iraque vai alimentando esse sonho.
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Política externa não se define só pelo que dizem os diplomatas e fazem os militares, mas pelo que um país está disposto a representar. Em vez de se entreter com danças de cadeiras ou definir-se pela presença em eventos e lugares de topo, Lisboa precisa de aliar criatividade com visão estratégica. Há anos que não se ouve um grande discurso sobre Portugal no mundo vindo das Necessidades e se há momento em que precisamos de nos reencontrar é este.
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Assessores de Sócrates quiseram swaps de Pais Jorge:"São operações que não configuram medidas extraordinárias e que se inserem nas estratégias normais de redução de risco e melhoria da performance da gestão da dívida pública, sendo executadas com regularidade pelo IGCP".
Há, nos últimos meses, uma dinâmica a acompanhar. A Al-Qaeda concentrou ações na península arábica e no Norte de África, atacando instalações energéticas que são o sustento de Iémen, Líbia e Argélia. Está ativa na guerrilha síria e no Sinai. Libertou mil presos no último mês no Iraque, Líbia e Paquistão e inspira células e "lobos solitários". É uma chaga que vai e vem. Não será por isso extinguível. Apenas anulável e por tempo indeterminado.
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O jornalista tem o dever de o fazer sempre que a fonte o engana de forma consciente e deliberada. A RR fe-lo em Dezembro de 2000, quando Armando Vara disse em off que se ia demitir e, mais tarde, em on que era tudo mentira.
...quem foi o manipulador?
Uma das minhas regras de análise é desconfiar de raciocínios deterministas. Um deles, muito em voga nos últimos anos, traçou uma linha recta entre o crescimento económico chinês e uma meta geopolítica: "Em dois mil e troca o passo o PIB da China ultrapassará o dos EUA", logo "o mundo será chinês", vergado ao seu "capitalismo de estado". E concluíam, sem reservas: os EUA e a Europa já eram, longa vida para Pequim. Ora, nem os EUA e a Europa implodiram, nem a economia chinesa é foguete imparável. Se dado interessante estes anos mostraram é o crescente impacto das dinâmicas internas entre estes três colossos.
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Um verdadeiro cheque sem cobertura.
Será que é desta que israelitas e palestinianos acordam um estatuto final e duradouro que feche a definição de fronteiras, colonatos, dos 5 milhões de refugiados palestinianos e do estatuto de Jerusalém? Quem disser que sim, mente.
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Uma ministra sabia que outros tinham feito asneira e não disse logo. Um secretário de Estado tentou fazer asneira mas não o deixaram. Ok, punição à altura aguarda-se. O que dizer dos que deixaram e fizeram asneira?
São perto de 10% desse contingente estrangeiro e vêm sobretudo de Reino Unido, Holanda, Bélgica, Dinamarca, França e Alemanha. Há dias, Manuel Valls, ministro francês do Interior, confirmou ao site Al Arabyia que 120 franceses estavam neste momento a combater na Síria e que receava o seu regresso à Europa. Já o Guardian, citando fontes do ministério do Interior alemão, confirmava a ida de 60 alemães para o Egito depois de receberem treino na Somália.
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