A dúvida não era saber se Angela Merkel ganhava, mas com quem governaria a partir daqui. A frontalidade com que assumiu uma coligação com os liberais (FDP) foi validada pelos eleitores. Por duas razões. Primeira, confiam na chanceler para continuar a liderar a governação numa altura em que o desemprego aumenta, embora a economia comece a dar sinais de retoma. Segunda, deram um sinal de confirmação ao centro-direita para libertar a economia da asfixia fiscal, sublinhando a necessidade de, em altura de recuperação, ser injectado um estímulo na sociedade alemã. Ora, se terá sido este o grande sinal político das eleições, um outro deve merecer atenção. esquerda radical cresceu para metade do resultado do SPD, o que o motivará a mudar a liderança e a guinar à esquerda, provavelmente através do crescente descontentamento sobre a presença no Afeganistão.
Estas eleições são, em boa verdade, as grandes eleições europeias. A Alemanha ainda é motor da economia europeia, fundamental na coesão transatlântica e imprescindível nas relações com a Rússia. Era não só importante um esclarecedor resultado como um caminho definido. Foi isto que ditaram os eleitores.
Ontem no i.