O meu amigo Eduardo – isto não é troca de galhardetes hipócritas: eu sou mesmo amigo do Eduardo e tenho muito orgulho na amizade dele – sabe que não existe uma dada teoria. Pronto, assim sendo não existe. Se ele diz...
É, pelos vistos, a minha imaginação que me faz ler artigos onde só se encontram insultos e processos de intenção. É também a minha imaginação – prodigiosa, se me permites – que me faz ler gente que acha que o facto de se interpor um processo por difamação ou injúria - aproveitando o teu exemplo - é um atentado à liberdade de expressão. Foi também esta fantástica cabecinha que inventou que basta um cidadão dizer o que quer que seja contra o governo ou outra entidade qualquer e que tudo o que lhe acontece é culpa duma terrível conspiração.
Também sou eu – porra, sou mesmo esperto – que inventei que há gente que pensa que não tem acesso aos media porque são livres pensadores.
Mas pronto, segundo o Eduardo, isto não chega para se dizer que existe uma teoria. Até podíamos iniciar uma discussão para ficarmos a saber o que será que suporta uma teoria.
Mas, se calhar, o meu problema é mesmo linguístico. É que o Eduardo em vez de lhe chamar teoria propõe um termo, esse sim, correctíssimo: Percepção geral das coisas. Obrigado, caro amigo. Não gostas da “teoria”, chama-lhe “Percepção geral das coisas”.
O Eduardo sabe, de verdade verdadeira, que a minha teoria não existe mas conhece a “Percepção geral das coisas”. E donde é que ele conhece este bicho? Dos cafés, do trabalho, da redacção de jornais.
Imagina, Eduardo, que para te responder, eu dizia que a minha teoria vinha dumas conversetas de café, dumas bocas de chaffeurs de carro de praça ou duns comentários que ouvi no jornal? Não tenho qualquer dúvida que ficarias satisfeito. Não é esta a forma que encontras para sustentar a “Percepção geral das coisas” que tudo sustenta? Imagina - longe de mim - afirmar que fostes tu que inventaste a “Percepção geral das coisas”? Ou será que a tua é melhor que a minha?
Abraço
P.S. para que saibas: considera o título do teu post roubado. Pago-te um jantar de direitos de autor quando o utilizar.