Quantos de nós pensámos que por cada ataque terrorista assinalado na televisão, umas dezenas podem estar a ser preparados na internet sem qualquer mediatismo? Quantas vezes olhámos para a proliferação de sites e chats de troca de informação como os novos campos de treino terrorista espalhados pelo mundo? Na última década estes sites passaram de uma centena para cima de cinco mil, de acordo apenas com os dados conhecidos. Em dez anos, o terrorismo islamita sobretudo, assentou arraiais na web, criou redes, comunicou propósitos, gerou imagens apetecíveis para muitos e mostrou resultados - raptos, decapitações, ameaças. Acreditem que ainda não estão satisfeitos.
Na próxima década todo este cenário pode agravar-se. Os estados que combatem o terrorismo conhecem cada vez melhor as suas práticas e é exactamente para fugir a este conhecimento que a plataforma online é trabalhada por profissionais. Tal como os cérebros do 11 de Setembro eram universitários integrados nas sociedades europeias, também a qualificação tecnológica define este tipo de terrorismo.
De acordo com um estudo da comissão internacional sobre não-proliferação nuclear e desarmamento, citado pelo "The Guardian" o Verão passado, o próximo patamar da ambição terrorista pode bem ser um ataque nuclear com origem na internet. O ciber-terrorismo já ensina a fabricar bombas, treinar recrutas, monitorizar ataques à distância ou captar financiamentos dos quatro cantos do mundo para pagar a massa cinzenta. Pode vir a ter, na próxima década, meios que lhe permita até não precisar do armamento nuclear do Paquistão para levar a sua avante. Talvez não fosse mau começar a pensar nisto a sério.
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