Houve dois grandes momentos em que tive vergonha de ser português. O primeiro, quando José Sócrates foi vender magalhães numa cimeira Ibero-Americana. O segundo, quando os "secos" ganharam aos "molhados" no Terreiro do Paço, faz hoje vinte anos. A esta distância, a cena parece mais uma festarola dos Village People do que uma manif da bófia. A esta distância, torna-se difícil pensar em situação mais ridícula. Talvez mesmo só vender magalhães em El Salvador.
Esta história do pedido feito à Ordem dos Notários é, evidentemente, uma vergonha. Não parece haver limites para a devassa da vida privada.
O que me espanta é ver os mesmos que acham muito bem o fim do sigilo bancário e apoiam a inversão do ónus da prova ficarem chocados com esta história.
Quando será que percebem que é este o mundo que andam a ajudar a construir?
Discordo daqueles que acham um erro político a "afronta" de Sócrates a Cavaco este fim de semana. Houve troca de recados, é verdade. Mas Sócrates não podia deixar sem resposta as palavras de Cavaco. Por duas razões. Primeiro, por razões institucionais, isto é, ao governo cabe governar (bem ou mal, não interessa), não ao Presidente, e é assim que deve continuar a ser. O que Sócrates fez foi colocar a Presidência no devido lugar no sistema político português, não deixando passar em claro o protagonismo de Cavaco. Segundo, por razões de luta política. Eu sei que a altura é de crise, que muitos "exigem" cooperação entre órgãos de forma a não abrir feridas. Mas também sei que a crise não tem que inibir a acção política normal, o confronto e a táctica. Não quero uma política asséptica. Quero luta, debate, argumentos e contra argumentos. Sócrates tem uma eleição para ganhar? Tem. Mas Cavaco, também.
Desta vez concordo com as pessoas que defendem que existe uma campanha orquestrada contra a Dra Ferreira Leite.
É inadmissível que ponham a circular nomes que são completamente inverosímeis e que ainda por cima se insinue que se vai atalhar a lei da paridade.
Será verdade que Vasco Graça Moura não é candidato ao PE pelo PSD ?
A reacção de Paulo Rangel à proposta do Governo mostrou que se perdeu um líder parlamentar que nos últimos tempos tinha melhorado significativamente a sua prestação.
De facto, Paulo Rangel pôs o dedo na ferida: esta inqualificável proposta é um ataque feroz a princípios básicos do Estado de Direito.
Veremos se consegue atingir o único resultado aceitável para o PSD nas Europeias: a vitória ou pelo menos uma diferença mínima para o PS.
Se isso não acontecer será difícil explicar não só como é que o PSD não consegue ganhar a um Governo desacreditado mas também a perda de um bom elemento – que muito falta faria ao combate parlamentar - para a distante Europa.
"Corte geracional", "combatividade", "presença no Parlamento", "domínio das questões políticas internas e europeias". Bom, qualidades que indiscutivelmente Paulo Rangel terá. Não é isto que está em causa. O que está em causa é que este argumentário utilizado pela Dra. Ferreira Leite foi o mesmo utilizado pelo Dr. Portas uns dias antes para justificar o nome de Nuno Melo como cabeça de lista às europeias. Parece que os nomes de Mota Amaral, Marques Mendes e restante "velha guarda" não entusiasmaram. Ou então, que os argumentos do Dr. Portas estavam correctos e deviam ser seguidos no combate com o PS.
Ou então, esqueçam tudo isto, e vejam com alguma regularidade o que Ronaldo fez ontem no dragão. Está no youtube e recomenda-se.
Vou estar hoje na Edição Internacional da Renascença (23.30h) a debater com o Andrés Malamud (ICS) assuntos do calibre de uma mão estendida de Obama a Cuba e de umas malfeitorias que os piratas andam a fazer ali para os lados da Somália. É mesmo a seguir à derrota do Porto.
“O Dr. Oliveira e Costa dizia-nos que o problema era o BI e nós pensávamos que era o Bilhete de Identidade” (RR).
Joaquim Coimbra, actual presidente da comissão de remunerações da Sociedade Lusa de Negócios e humorista nas horas vagas.
Pedro Picoito no Cachimbo de Magritte
Com a escolha de Paulo Rangel, a Dra Ferreira Leite demonstra uma incapacidade total de abrir os horizontes do PSD.
Apesar das suas qualidades, Rangel não cumpre dois requisitos básicos para uma campanha de sucesso que permitisse uma vitória nas Europeias: não motiva os militantes do PSD e não ganha um voto fora do espaço do partido.
Mais uma oportunidade desperdiçada.
Esta direcção do PSD teima em demonstrar que não está interessada em retirar o PS e este lamentável Governo do poder.
Por outras palavras, o dr. Vital Moreira que ia ser eleito contra os "rostos do passado" que, como o dr. Durão Barroso, se deixaram seduzir pelos excessos do mercado e pelas aventuras do sr. Bush, transformou-se, de repente, por obra e graça do destino, no candidato oficial de um partido que apoia precisamente tudo aquilo contra o qual ele, na sua candidatura, garantiu que se ia candidatar.
“Personalidades ligadas ao socialismo, ao comunismo e ao BE ...”
Foi preciso uma petição para uma convergência de esquerda em Lisboa para, finalmente, sabermos o que é o BE:
O BE é uma coisa que ninguém sabe o que é.
Ultima crónica no Diário de Notícias
A frase de Berlusconi perante o sofrimento das pessoas em L'Aquila é a todos os títulos miserável. Não defendo um aproveitamento político da esquerda italiana nesta altura, mas Berlusco merecia uma assobiadela monumental no país inteiro.
O cidadão, habitante em Sintra, consulta a lista para as Europeias e constata que a candidata do PS à sua Câmara vai mais do que provavelmente ser eleita deputada europeia. Alguém o informa que não precisa de se preocupar porque chegada a altura da campanha eleitoral para a autarquia, Ana Gomes dará o seu lugar ao candidato seguinte na lista. Mais, no caso de ser eleita Presidente da Câmara alguém a substituirá no Parlamento Europeu.
O caso de Ana Gomes não é, longe disso, único. Quer se queira quer não, há um desrespeito objectivo pelas decisões dos eleitores.
Existe uma razão para que as listas de qualquer partido sejam preenchidas com nomes. Não votamos – cada vez menos, aliás – apenas em partidos, votamos também ou sobretudo em pessoas.
Decidimos retirar os comentários deste blog. Não era nossa intenção fazê-lo quando pensámos nele, mas o rol de insultos com que nos mimaram levou-nos a isso. Não ofendemos ninguém em nenhum post. Também não insultámos ninguém. Temos pena dos que nos comentaram civilizadamente, mas compreendam que temos mais que fazer do que ser insultados por anónimos cobardolas e gente mal criada.
Bernardo
Pedro
Existe de facto uma conspiração contra a Dra Ferreira Leite. Depois de ter visto o cartaz que o PSD acaba de lançar, estou perfeitamente convencido que há agentes da oposição interna ou do PS na equipa que está a fazer a comunicação dos social-democratas.
Já nem vale a pena falar do slogan que deve constar de uns manuais de populismo barato e que melhor ficaria na promoção de uma qualquer igreja evangélica.
Confesso a minha curiosidade: quem será o responsável por este novo cartaz? Quem será o responsável por lançar um cartaz, supostamente institucional, a dois meses das Europeias? Será que vai ser a Dra Ferreira Leite a candidata?
Quem mandou fazer aquele cartaz ou não percebe rigorosamente nada de comunicação ou está a fazer de propósito para prejudicar a presidente do partido.
Há uma coisa que me deixa perplexo na política e ela é a manutenção de Manuel Pinho no governo. Não é por Zapatero ter substituído Pedro Solbes na mesma pasta que digo isto. Apenas porque me ultrapassa que alguém com tamanha responsabilidade se possa manter no cargo depois de ter decretado o fim da crise, a imunidade de Portugal à hecatombe e proporcionado ao país um triste espectáculo nas páginas do DN há duas semanas atrás. A Constança acertou na mouche: o país de Pinho é outro, não este.
Ouvi dizer que a cerimónia de lançamento da candidatura de Paulo Pedroso à Câmara de Almada foi um enorme sucesso.
Apesar de não partilhar os valores políticos dele e desejar que outro candidato ganhe, desejo-lhe as maiores felicidades.
Quem passou por o que ele passou merece, pelo menos, muito respeito.