Devemos entender que todas as afirmações proferidas sobre este gravíssimo caso tinham por base o assessor de imprensa da Presidência?
Que quem pretendia desviar as atenções dos portugueses dos verdadeiros problemas do país era Fernando Lima que o acompanha há mais de vinte e cinco anos?
Que durante dezoito longos meses o Presidente da República foi mal informado e se convenceu que era alvo de escutas ou qualquer outro tipo de espionagem?
Que ingenuamente pensava que este episódio estava ligado a guerras partidárias e, assim sendo, tinha alguém do seu gabinete envolvido nestas?
Que afinal os problemas não eram de segurança ? Ou eram, mas não do tipo que nos levou a acreditar?
O que devemos pensar, Sr. Presidente?
Não acha que nós, portugueses, que votamos em si (neste caso) merecemos ser esclarecidos? Que nos diga o que de tão revelador se passou a cinco dias das eleições que tivesse originado este despedimento (foi despedimento, não foi?)?
Não pensa que, consciente ou inconscientemente, levou o seu partido de sempre a repetir à saciedade argumentos que agora, de uma penada, destrói? Será que não se recorda do episódio Fernando Nogueira e das suas consequências?
Não lhe parece que deixou que se instalasse um clima de suspeição sobre pessoas e instituições?
Explique-nos, por favor. Deve-nos isso.
No DN de hoje
E pronto, o Dr. Pacheco Pereira demitiu a Dra. Ferreira Leite e empossou como líder da oposição o Prof. Cavaco Silva.
É capaz de já ser tarde.O Presidente já está a pensar noutra batalha.
A Dra. Ferreira Leite e o Dr. Pacheco deviam ter pedido conselhos a Fernando Nogueira. O ex-líder do PSD podia-lhes ter recordado umas coisitas.
O Presidente deixou que uma conspiração crescesse na sua casa civil. Foi enganado por Fernando Lima. Ou não?
Afinal quem queria desviar as atenções era o seu assessor de imprensa que acompanha o Presidente desde 1985. Quais seriam os seus propósitos?
Os problemas de segurança eram, pelos vistos, internos. Pobre Presidente, afinal era ele o ingénuo. Ou não?
E, já agora, como é que fica a claustrofobia? Já se respira melhor?
O professor Marcelo (o único professor do país que se apresenta apenas com o nome próprio) é aquilo que se chama, em português corrente, um tagarela. Ontem apeteceu-lhe simplificar esta vergonha. Hoje, o professor Cavaco (afinal há dois professores, não um...) veio dizer-lhe para ir tomar banho ao guincho em vez de tagarelar aos Domingos.
Ontem, o programa de Marcelo Rebelo de Sousa parecia o lançamento de uma pré-candidatura à Presidência da República.
Há quem não entenda que o Joaquim Vieira é Provedor do Público.
Não é provedor de mais nenhum órgão de comunicação social.
Comentários sobre se ele devia falar de outras possíveis agendas políticas na sua coluna são despropositadas ou ignoram o estatuto dum Provedor.
A desistência da Administração Obama do sistema anti-míssil na República Checa e na Polónia encerra duas conclusões: primeiro, há um novo entendimento sobre a ameaça nuclear iraniana; segundo, reconhece-se a importância estratégica das relações com a Rússia no Afeganistão e o sucesso da pressão sobre Teerão.
The Velvet Underground & Nico (1967)
The Velvet Underground
Quem será o candidato da direita nas próximas presidenciais?
Um post é um post é um post. Mas alertado pelo meu amigo Francisco Trigo de Abreu, parece que dou a entender que Cavaco deve demitir Sócrates a uma semana das eleições. Não é isso que quero dizer. O que tenciono dizer, assim meio a correr, que é como a liberdade de escrita em blog deve ser preservada, é que se Lima falou com o jornalista do Público em Abril de 2008, há um ano e meio atrás, Cavaco tinha obrigação de contribuir para esclarecer tudo isto. Não o fez. Agora, a uma semana das eleições, diz que "vai tentar obter mais informações". Pois. Ninguém sai mesmo nada bem desta história.
É grave, muito grave, o que se está a passar à volta desta questão das escutas a Belém por São Bento. Roça - como é que se diz? -... o nojo. Cavaco assobia para o lado para manter a "fonte". Sócrates diz que leu a notícia com "surpresa", quando toda a gente que anda minimamente bem informada neste quintal sabia da história há semanas. Se isto fosse um país sério e a sério (como cada vez mais políticos se auto-caracterizam), Cavaco tinha obrigação de demitir o Primeiro-ministro ou correr com o seu assessor. Este escândalo tinha que ter consequências, mas todos preferiram empurrar o assunto para baixo do tapete e adiá-lo. É tal e qual o país: adiado.
E agora? Fingimos todos que não se passa nada?
Nesta campanha, todos os partidos têm uma paixão comum, manifestada por uns com mais autenticidade e por outros como um simples namorico de fim de Verão: as empresas. Por parte das empresas, grande parte nutre, também, um estranho e prolongado amor pela política. Parece que até adiam decisões internas em alturas eleitorais. Capitalismo selvagem? A mim parece-me mais um capitalismo controlado.
João de Deus Pinheiro continua firme e hirto nos anos 80. Seja pela gravata às riscas com as cores da bandeira nacional, seja pela vontade desenfreada em ter maiorias absolutas. Quer-me parecer que só muda numa coisa: agora, em vez de querer a liderança de um só Cavaco, quer ardentemente que sejam dois Cavacos a liderar o país.
O i corrige hoje as declarações que aqui eram atribuídas a Manuela Ferreira Leite. Afinal, foram ditas por Maria José Nogueira Pinto. Da minha parte, reitero os meus mais sentidos agradecimentos.
Inaugura hoje, em Cascais, a Casa das Histórias Paula Rego, feita por Souto de Moura. Além da fixação da obra da pintora em Portugal, o dia é marcado por duas boas notícias: o regresso de Dalila Rodrigues à direcção de um Museu da sua dimensão (depois do caso com aquela senhora ministra da cultura, quando era directora do Museu de Arte Antiga) e a voz do Camané a partir das 22h. Vou ser um dos privilegiados.
Durão Barroso garantiu a reeleição, mas o mandato só começa quando os irlandeses ditarem o futuro do Tratado de Lisboa. O argumento é este: as propostas e o papel de Barroso terão alcances distintos em função do quadro político que o referendo irlandês forjar. Caso o "não" ganhe, as figuras de presidente do Conselho e "ministro dos Negócios Estrangeiros" ficam adiadas (como os alargamentos), o que torna Barroso o protagonista dos maiores desafios europeus: aprofundamento do mercado interno - restituindo confiança às economias - e fortalecimento da posição da UE no mundo. Será crucial o papel no G20 e em Copenhaga, sobre alterações climáticas. Falamos de competitividade global: o mundo não lerá nem esperará pelo Tratado de Lisboa.
Mas se o "não" traz aparentes vantagens a Barroso, o "sim" dava-lhe sucesso sustentado. Ter um presidente do Conselho forte (Blair?) - mesmo sem orçamento - e compatível com as suas ideias, daria dimensão política às propostas. Ter um MNE capaz e pragmático (Bildt?) - e membro da Comissão - permitia-lhe negociar com firmeza no plano internacional, dando-lhe maior margem no plano interno. Resta saber se Sarkozy continuará a pregar-lhe rasteiras e se a esquerda alemã (provavelmente na oposição) lhe facilitará a vida.
Hoje no i
António Preto tem um enorme mérito: será por ele que Ferreira Leite voltará à estratégia do silêncio.
Conta o André Macedo no i de hoje, a respeito da explicação sincera que Manuela Ferreira Leite dá sobre as diferenças entre homens e mulheres na política (cito as palavras da sra. dra): "É como se tivesse um chão esburacado e, em vez de mandar alguém consertar as tábuas, comprasse um tapete persa. Está mal. E nós, mulheres, sabemos que está mal. Mas os homens iam comprar o tapete e punham em cima das tábuas esburacadas".
Pela parte que me toca, agradeço o elogio.
Não sei o que é mais ridículo: se o populismo troglodita que fala dos mauzões dos espanhóis, se o a modernice saloia de fazer como “lá fora”.