Com uma guerra contra os narcotraficantes, com uma guerra contra terroristas financiados pelo tráfico de droga, com a existência de milícias de extrema-direita que semeiam a mais vil violência contra a população civil nomeadamente jornalistas, a democracia colombiana continua a resistir.
White Blood Cells (2001)
The White Stripes
Esta semana viu-se o bom Gordon e o mau Brown. No dia 14, o primeiro-ministro britânico dava uma entrevista televisiva na qual se emocionava ao falar da morte do filho pequeno. Fê-lo pela primeira vez em público. Mostrou um lado sensível desconhecido de muitos. Dias depois, o discurso soberanista nas Falklands mostrava-o a eleitores atentos à defesa dos interesses do reino. Dia 22, Londres recebia 300 grandes empresários mundiais numa operação de revitalização da capital financeira da Europa. Foi o que bastou para as sondagens agitarem mais um balão de oxigénio: os trabalhistas reduziam de nove para seis a diferença para os conservadores.
Há dois dias, o volumoso livro de Andrew Rawnsley desligava a máquina respiratória: os relatos de maus-tratos, a violência física e verbal ou a permanente irascibilidade de Brown levaram a oposição a pedir um inquérito e a opinião pública a questionar- -se sobre a verdadeira personalidade do seu líder, a três meses das legislativas. Está por provar que os julgamentos de carácter sejam determinantes para a vitória eleitoral. Exagerar nesta narrativa pode ser contraproducente: mostra falta de soluções políticas, desespero de causa, tentações justicialistas que normalmente, um dia, acabam por bater à porta.
Convém, porém, não esquecermos um ponto: é Brown quem vem puxando dos galões individuais e das inigualáveis qualidades de liderança para se opor à "novidade" Cameron. Acabou por beber do próprio veneno.
Hoje no i
Registo, com profundo agrado, o recato de comentadores e bloggers sobre as últimas escutas conhecidas. Pode ser que, finalmente, percebam o que está em causa.
Alguém me consegue explicar com que moral vem o Partido Comunista insurgir-se contra o controlo do poder político na comunicação social?
Ouvi hoje o deputado do PCP, António Filipe, colocar uma pergunta muitíssimo pertinente ao Ministro da Defesa: que razões levam Portugal a aumentar a sua verba (25 milhões de euros) para as suas Forças Armadas destacadas no Afeganistão, numa altura de enormes dificuldades económicas internas e quando não são visíveis resultados positivos nesse teatro de operações. A pergunta, como é evidente, parte de um ponto de vista absolutamente contrário à intervenção da NATO (e validada sucessivamente pela ONU) e que é parte do código genético do PCP. Mas o foco de destaque é outro: a pertinência da pergunta revela a pouca atenção na comunicação pública das forças políticas que sempre estiveram - e continuam a estar - com esta intervenção. Ou seja, quer o governo (sobretudo o governo), quer os partidos de centro-direita, ainda não conseguiram verdadeiramente passar uma mensagem sobre os custos-benefícios do actual quadro da NATO no Afeganistão e, em particular, da participação portuguesa. Os militares portugueses - na minha opinião, um dos melhores activos que o país tem - mereciam um especial incentivo nesta fase das operações. Até porque podem vir a ser chamados para missões de risco mais elevado e o país deve estar com eles por convicção. Sobretudo por convicção.
Aguiar Branco está de parabéns. O apoio de Rui Rio é, sem dúvida, significativo.
Bainbridge calls Ron Paul a "a nutjob that makes Ross Perot look sane":
Here's some of what Ron Paul believes:
- A return to the gold standard, at least in part, even though the evidence is clear that the gold standard made economies highly susceptible to exogenous shocks that destabilized them
- The income tax is Communistic
- Isolationism
- North American free trade will lead to "a fascist elite’s dream come true," even though his goal of kicking out the undocumented population is what would really require a police state
- Withdrawal from UN and NATO
- Elimination of the Federal Reserve
- Admiration for paleolibertarians like Murray Rothbard and Ludwig von Mises
Como afirmou recentemente um analista russo, "a Rússia está condenada a ser o parceiro júnior da China". Não faltará muito até chegar o dia em que Moscovo olhará para o Ocidente por causa do poder da China.
Pensava eu que por termos um inimigo comum te privavas de me atacar no meu lado mais sensível neste momento. Eu que até estava na disposição de apelar por aqui ao teu presidente para que fizesse tudo o que estivesse ao seu alcance - sobretudo por baixo da mesa - para chegarem ao penta. Assim como assim 90% do país nem se apercebia que vocês ganhavam esta trafulhice a que chamam campeonato nacional de futebol da primeira liga. Era um fim de época menos mau e íamos todos de férias com o dever cumprido. Agora, assim, meu amigo, não contes com isso.
O Bernardo tem um coração de oiro. Além de pertencer a uma agremiação que insiste em cobrir de atenções o meu F.C. Porto enviando de borla uns extremos muito jeitosos (como o Varela não tinha lugar no Sporting, entende-se o acto de generosidade), escreve coisas como isto e isto que me permitem ficar razoavelmente sossegado em relação ao nível de propagação do vírus de insanidade que para aí anda. Mas, ou muito me engano ou alguém vai descobrir que ele está ao serviço de uma qualquer maquinação.
P.S. aposto que os adeptos do Sporting vão aplaudir de pé os golos do Varela no próximo domingo em Alvalade. São uma rapaziada do melhor, estes lagartos.
Maykon: "Sporting seria um enorme prazer". (aqui)
Prazer?? Prazer é na cama, meu palhaço. O que tu tens que dizer é: "pelo Sporting até como a relva se for preciso. Jogar com aquela mágica camisola é o culminar de um sonho que tenho desde que nasci. Quero acabar a carreira no Sporting e ganhar tudo, custe o que custar". Se não disseres isto nas próximas 48 horas não vale a pena vires.
Nas imagens televisivas que relatavam a manifestação deste Sábado em "defesa da família" retive a presença de terços e Bíblias mostradas ao alto, fazendo lembrar o saudável espírito dos cruzados, com uma especial notoriedade à passagem pelo São Jorge. Consegui ver ainda uns quantos personagens sempre impecavelmente vestidos e que costumam celebrar as escrituras de Goebbels e restante seita. A esta hora confesso desconhecer se sempre lá apareceram aqueles militares de Abril que durante a semana vieram a público horrorizados com a vinda do diabo à terra encarnado nos homossexuais. Começo a ficar preocupado quando a asfixia democrática chega a este ponto.
Nós já vimos este filme. O cenário é composto por crises cíclicas, políticos aldrabões, sociedade amorfa, corruptos em cada café, umas quantas megalomanias e uma sensação de descontentamento que deve vir aí de 1143. No meio desta neblina surge sempre alguém, um ser que se diz capaz de virar tudo isto, que só abandona o que anda a fazer porque a pátria chama por ele. Este filme tem várias partes. A fase da arrogância interior parte do princípio que lhe está destinada uma conduta divina no meio deste chavascal. A parte da arrogância privada fá-lo partilhar esse sinal divino com alguns parceiros mais próximos. E a parte da arrogância pública, inspirada nuns quantos exemplos não muito longínquos, leva-o a conceder a benesse da sua salvífica participação cívica a todos os que chafurdam neste curral. Se a arrogância pagasse imposto este país já estava abaixo dos 3% há muito anos.
Como não me atrevo a escrever sobre a tragédia da Madeira, remeto-vos para este texto da Laura Abreu Cravo. Registo apenas que alguns políticos portugueses não conseguiram sequer reduzir-se à sua insignificância e prosseguiram com as suas cruzadas pessoais. Demasiado triste.
Belo post do Henrique.
The Queen is Dead (1986)
The Smiths
Três décadas após a vitória britânica nas Falklands, aquece o termómetro político entre Londres e Buenos Aires. A senhora Kirchner faz depender o trânsito de navios em águas territoriais daquelas ilhas de uma autorização concedida pelo governo argentino. O senhor Brown, ciente das dificuldades que atravessa o seu governo, faz valer o estatuto que a soberania britânica lhe confere para negar qualquer intenção de se submeter aos ditames de Buenos Aires. Um confronto político que pode ser visto nestes termos: de um lado a presidente argentina sob o espectro da corrupção, a tentar desviar as atenções; do outro, o primeiro-ministro britânico a precisar de subir nas sondagens pré-eleitorais, cavalgando o discurso soberanista e de defesa dos interesses económicos nacionais, depois de um consulado pleno de acusações de capitulação do reino nestes domínios, sobretudo ao nível europeu.
Nenhum dos dois enjeita, em boa verdade, uma fórmula que lhes permite reverter a impopularidade interna e, em último caso, conquistar votos em eleitorados sensíveis a questões deste tipo. Porém, nenhum trouxe a debate a necessidade de forjar um entendimento legal sobre as ilhas. E é também por estas zonas cinzentas do xadrez internacional (como a Ossétia, a Abcázia ou Nagorno-Karaback) que muitas lideranças fazem valer os seus pergaminhos. Pena que ninguém fique a ganhar.
Hoje no i
Se a oposição – em maioria no parlamento – está convencida que o Primeiro-Ministro não tem condições para continuar a chefiar o Governo, se este aparentemente não está a governar, porque diabo se quer manter este estado de coisas?
O que será melhor: vivermos em crise política permanente ou marcar eleições, na janela de oportunidade que se avizinha, e responsabilizar os eleitores?
Hoje, pelas 20h, na SIC, jogam Herta de Berlim e Benfica. Hoje, pelas 21h, na RTP, Judite de Sousa entrevista a Dra. Ferreira Leite. O mandato à frente do maior partido da oposição termina com uma coerência cristalina: sempre com total falta de tacto político.
Nada neste momento é mais importante para os aliados no Afeganistão do que obter resultados. Resultados que provem a eficácia das operações militares, a justeza da estratégia global e que mostrem aos eleitores dos países envolvidos que as verbas empregues não caem em saco roto quando essas mesmas economias mostram maleitas difíceis de curar.
Os primeiros efeitos sublinham a capacidade das forças armadas afegãs - que lideram formalmente 15 mil homens em Helmand - e a melhoria da coordenação entre os serviços de informação norte-americano e paquistanês. A segunda linha de sucesso resulta da captura do maior dirigente dos talibãs (mulá Baradar), a operar na fronteira sul entre Paquistão e Afeganistão, e da frágil resposta dos talibãs ao avanço da NATO. Decapita-se a liderança, destrói-se a base, fomenta-se o seu radicalismo em defesa dos chefes, obrigando-os a ser mais visíveis e a abandonar as tarefas políticas e económicas de proximidade com as populações.
Quaisquer sucessos militares precisam de ser acompanhados pela legitimidade dos principais políticos locais e por uma normalização económica não dependente do tráfico de droga. Sem isto, tudo não passará de mais um capítulo relevante em futuros manuais de história militar.
Hoje no i