Fernando Nobre acertou em cheio no mote de campanha: tal como grande parte dos portugueses, parece que o candidato também está em dívida.
O artigo do Vasco Pulido Valente, hoje, no Público. É tão simples como isto.
Hoje, no Edição Internacional, estarei a debater com o Andrés Malamud (ICS, IPRI) a última semana da campanha eleitoral norte-americana e a recta final para a segunda volta no Brasil. Às 23.30h.
O número de portugueses especialistas em dívida pública.
"Onde estaria o país se não fossem os meus esforços?" Desculpe?
A recente cimeira do G20 em Seul mostrou que a ordem internacional está a ser redefinida através dos equilíbrios económicos. Os propósitos dos países emergentes focaram-se na alterção, em seu benefício, da ponderação de voto no FMI, uma forma de reformar uma instituição através do poder que hoje em dia efectivamente têm (reparem que há quase uma desistência global para reformar o Conselho de Segurança).
O que isto significa é que os equilíbrios estão a ser feitos não nos fóruns políticos em sentido estrito, ou nos fóruns militares em sentido clássico, mas nos fóruns económicos e financeiros, onde as potências emergentes têm uma capacidade de impor posições com clara naturalidade. Este raciocínio encerra duas conclusões: primeiro, poder económico vai implicar investimentos militares - como já está a acontecer na China, Índia e Brasil, ou na diversificação de mercados, como a Rússia em relação à América Latina e Médio Oriente -; segundo, implicarão respostas desejavelmente concertadas das potências tradicionais, como as europeias e norte-americana. As cimeiras da NATO e UE-USA em Lisboa merecem, por isso, atenção.
Aparentemente, a economia está determinada a abafar os debates político e de segurança internacionais. Mas é apenas uma aparência: o poder tem múltiplas dimensões e aqueles que estiverem melhor apetrechados em todos os seus domínios serão mais capazes de liderar.
Estive ontem em Alvalade e cheguei à conclusão que o Sporting acha que os jogos só têm 45 minutos. Desperdiçar 45 minutos a jogar para trás, para o lado, para trás e para o lado, para o lado e para trás, é o equivalente àqueles gajos que se acham tão geniais que julgam que não vale a pena o trabalho e o esforço por algo. O Patrício é o gajo mais enervante que me lembro de ver jogar: perde tempo por tudo e por nada, não lança ataques rápidos, está sempre sob tensão. O Carriço tem qualidades, mas para ser uma referência precisa de ganhar força e jogar mais duro. O Maniche passou a primeira parte toda virado de costas para o meio campo adversário. O André Santos não pode jogar mais de meia-hora. Falta-lhe poder de choque, passe longo, raça de trinco. Cumprimos no essencial. Mas não convencemos ninguém. Pedro Mendes, volta rápido.
É uma vergonha. Então não é que não deram o lugar que o dr. Paulo Rangel merece no jantar que Durão Barroso teve com os eurodeputados portugueses? Então não é que deixaram o magnifico, o extraordinário, o verdadeiro príncipe das democracias europeias numa mesa secundária e não o deixaram fazer um dos seus brilhantes discursos logo no princípio?
Inveja, um bando de invejosos que, receosos do intenso brilho deste mestre da oratória, o trataram como se ele fosse um qualquer parlamentar. Mas ele não se ficou. Apesar de demonstrar a sua habitual humildade, o dr. Paulo Rangel não queria - como seria seu evidente direito – ser o primeiro a discursar, antes, claro está, do Presidente da Comissão, ou sequer sentar-se no lugar de Durão Barroso – o que seria natural.
Sendo a ofensa tamanha, demonstrou a fibra de que é feito, e de dedo denunciador em riste logo ali mostrou a cabala de que estava a ser vítima.
Quem assistiu ainda estremece ao recordar a cena. A justiça transformou-se em ira, o dr. Paulo Rangel cresceu, a sua voz ficou um bocadinho (só um bocadinho) mais aguda, e quando reclamou os seus inalienáveis direitos os rostos dos invejosos cobardes ficaram verdes de vergonha e medo (e o cão do dr. Paulo Rangel não estava presente).
Para a próxima, esta gentinha já sabe o que os espera se não derem ao genial dr. Paulo Rangel uma mesa meia dúzia de metros mais próxima de Durão Barroso e não o deixarem falar em segundo ou terceiro lugar.
A sua proverbial bondade não lhe permite verbalizar o que ele, no fundo, sabe: o Presidente da Comissão receia-o. Isso também não espanta ninguém. Quem não temeria perder o lugar sabendo que poderia existir a possibilidade de o dr. Paulo Rangel o querer? Pobre do Durão Barroso se o dr. Paulo Rangel alguma vez pensar nisso.
Já repararam, certamente, que está em campo a reemergência do eixo franco-alemão. Primeiro, através da dimensão financeira, quando coloca em cima da mesa a revisão do Tratado de Lisboa para prever punições aos incumpridores orçamentais, que pode ir até à perda do direito de voto no Conselho, passando por multas e perdas de fundos comunitários. Admito que a gestão europeia em relação à Grécia implique medidas diferentes daqui para a frente, mas o que Paris e Berlim sinalizam politicamente é que estão na disposição de fomentar uma fissura entre Estados-membros através de uma proposta que irá acentuar uma divisão entre pequenos, médios e grandes. Por outro lado, acaba por ser uma forma de obrigar a Comissão a vir a jogo para garantir o equilíbrio entre todos o que, provavelmente, provocará choques públicos entre Barroso, Sarkozy e Merkel, com alinhamentos pró e contra uns e outros. Tudo o que seria indesejável nesta altura é que, por cima de crispações económicas e financeiras entre europeus, se formasse uma divisão política ainda mais complicada. Tudo pelo regresso da velha liderança.
Segundo, através de uma consonância mínima no discurso sobre a imigração, em particular através do reconhecimento (Sarko à bruta, Merkel com mais delicadeza) do falhanço das políticas de integração das minorias. Não vale a pena esconder o óbvio: ambos enviam um sinal inflexível para Ancara, mas também assumem o falhanço do último alargamento à Bulgária e Roménia. Este é um debate que se vai acender nos próximos meses: do lado europeu, certeza na desconfiança da adesão turca liderada por Paris e Berlim; mais autonomia e diversidade nas acções externas de Ancara. Em último caso, e por seu lado, um congelamento dos futuros alargamentos aos Balcãs. Já aqui defendi que um conjunto de acções turcas nos últimos meses poderiam acelerar o processo de adesão. Hoje, devo reconhecer, que estamos mais longe de assistir a isto. O que releva ainda mais a importância da NATO: o único fórum onde Ancara está com europeus e norte-americanos num plano onde os interesses comuns são partilhados à mesa.
Só que isto tudo é muito bonito, mas Merkel e Sarkozy esquecem-se de um pequeno pormenor: as suas reeleições estão longe de estar asseguradas e a oposição interna não partilha de muitos destes pontos de vista.
Um conselheiro de estado anuncia publicamente a data da recandidatura presidencial. Um presidente em exercício confirma, dois dias depois e em plena paródia académica, que o mesmo conselheiro de estado estava certíssimo. No dia e no local. Serei o único a achar isto absurdo?
É sabido que os taxistas são um barómetro tradicional sobre a política tuga, agora dissertarem sobre o orçamento de estado já ultrapassa um bocado as suas habituais competências. Voltem à base, rapazes.
Trocava, sem pestanejar, estes cinco golos por cinco vitórias seguidas para o campeonato todas por um zero.
Fico sempre para o encanitado quando, a propósito ou sem propósito, um qualquer entrevistador pergunta a um cidadão porque é que joga golf.
Já em si própria a questão é irritante. Por muito que puxe pela memória não me lembro de ver ninguém perguntar a um tipo que gosta de jogar futebol, xadrez, chinquilho, hóquei em patins ou outro jogo qualquer, porque é que o pratica. Mas o que me faz mesmo perder a cabeça é o tom com que a pergunta é feita.
A coisa é sempre posta como se fosse preciso um acontecimento extraordinário para levar um homem ou uma mulher a jogar golf. Dá a ideia que o perguntador espera que nós digamos que foi uma espécie de revelação, uma epifania ou então que batemos com a cabeça em alguma coisa.
Recordo-me de ter respondido, quando me fizeram a peregrina pergunta, que não era preciso nenhuma razão especial para começar a jogar, que se começa a praticar o jogo como se inicia uma outra qualquer actividade. Aí, com um sorrisinho irónico, o jornalista resolveu contestar dizendo que não era bem assim. Segundo ele, não era muito normal pegar nuns tacos e numa bolinha e tentá-la meter num buraco pequenito a umas centenas de metros de distância. Pois claro, normal, normal, é um tipo calçar uns sapatos com rodinhas, pegar num bocado de madeira e tentar meter uma bola numa baliza onde está um tipo vestido de astronauta. Também não há a quem não apeteça atirar uma bola enorme para um cesto de papéis colocado a metros de altura ou vestir um robe e começar a gritar yaaaaas enquanto tenta atirar um outro cavalheiro ao chão.
Não me custa nada entender as pessoas que acham estes desportos fantásticos, e tenho a certeza que são capazes de tecer os mais rasgados elogios a essas actividades. Eu é mais golf.
Era capaz de perder umas horas a explicar a minha paixão pelo jogo e todas as lições que me tem dado, mas da próxima vez que me questionarem porque jogo, vou responder: comece a jogar, e daqui a dois anos veja lá se tem vontade de me fazer a mesma pergunta.
Para a Golfe Magazine de Outubro
Benfica pondera abandonar a Liga dos Campeões.
Os árbitros desta competição insistem em marcar faltas ao David Luiz, Luisão e companhia. É preciso trazer a verdade também a esta competição.
Latada.
Aquilo que o governo britânico anunciou hoje nos Comuns só é possível porque existe uma maioria que o sustenta e um compromisso escrito entre partidos da coligação que traça o horizonte da legislatura até 2015. Em Portugal, fazer de conta que acordos parlamentares numa legislatura de maioria relativa eram suficientes para se chegar aos calcanhares das medidas britânicas, das duas uma: ou anda a brincar à política, ou não percebe nada de política.
Hoje, no Edição Internacional (23.30h), debato com o Francisco Sarsfield Cabral a situação em França, a remodelação governamental em Espanha o périplo de Obama pelo país em véspera de eleições intercalares.
Em vez de andarem com ideias de criar um imposto europeu, que tal acabarem com aquela estupidez da mudança mensal do Parlamento para Estrasburgo, com a tralha toda atrás e que custa 200 milhões de euros por ano?
Centrada na NATO e na Cimeira de Lisboa, mas com um olhar sobre a crise económica, o euro e Portugal. Artigos de Luís Amado, Luciano Amaral, João Ferreira do Amaral, Manuela Franco, Bruno Cardoso Reis, entre outros. Escrevo sobre a NATO e o Grande Médio Oriente. Esta semana nas bancas.
O que é que Cavaco Silva terá feito a Marcelo Rebelo de Sousa?
"Todos os esforços para aprovar o Orçamento não são, por isso mesmo, a favor ou contra o Governo, mas algo que se impõe a quem coloca o país em primeiro lugar."
Extracto da nota da direcção do Expresso.
A partir de hoje aguardo ansiosamente a opinião semanal da direcção do Expresso: assim saberei a opinião das pessoas que colocam o país em primeiro lugar. Presumo que as pessoas que não tiverem a opinião da direcção do Expresso põem o interesse do país em segundo, terceiro ou último lugar.