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Chegou esta semana às bancas a autobiografia de Condoleezza Rice. Teria tido outro interesse se tivesse mais que duas linhas sobre a guerra do Iraque, mas já não foi mau saber que é fã de Led Zeppelin.
O ministro Luís Amado anunciou uma revisão da presença diplomática portuguesa, por razões económicas, e uma intenção de reduzir o número de embaixadas nos países europeus reforçando a presença nacional noutras regiões, como o Golfo, a Ásia e África. Primeiro ponto: esta reformulação não devia ter sido motivada pela crise das finanças públicas, antes por uma opção política e estratégica do MNE. Ou seja, não faz sentido termos uma embaixada por cada país da UE, como se para além de estritamente necessário fosse esta a região que exige a aposta mais importante da nossa diplomacia. Não é. Segundo ponto: a formação diplomática em Portugal vive num paradigma demasiado estanque. Formam-se diplomatas sem uma verdadeira actualização dos temas das relações internacionais, nem com uma preocupação de dotar linguisticamente homens e mulheres para servir a nossa diplomacia em regiões além da Europa. Dei recentemente formação a candidatos para concursos de admissão à carreira diplomática e a verdade, pese embora alguns pequenos esforços, é esta. A política externa deve estar para além das conjunturas de crise.
Táctica sem estratégia é o ruído antes da derrota.
Hoje, na Edição Internacional da Renascença, vou debater a China com o Francisco Sarsfield Cabral: as tensões cambiais com os EUA e Europa, os dilemas internos, a economia, a energia e o poder militar. É às 23.30 como habitualmente.
Não deixa de ser curioso ver socialistas a alinhar nomes de pessoas que toda a vida desprezaram, e a quem chamaram todos os nomes e mais um, para tentar provar as suas próprias teses.
Não sei se é verdade, mas não me surpreenderia. Parece que um membro do governo canadiano disse recentemente querer reforçar os laços económicos com Israel e que isso terá valido a perda de muitos votos árabes. Como sabemos, este bloco é muito relevante na AG da ONU para esta eleição como para outras deliberações tomadas por este órgão. Serve isto para dizer que é preciso contorcionismo diplomático (um pleonasmo?) para garantir eleições. Serve isto também para dizer como funciona a ONU.
Portugal conquistou com mérito um lugar no Conselho de Segurança. Critiquei o secretismo do debate sobre esta matéria em Portugal, mas não posso deixar de registar a conquista. A candidatura iniciou-se em 2000, percorreu vários governos, e a partir de 2006 viu a Alemanha dificultar aquilo que parecia uma corrida a dois, com o Canadá, para o par de lugares a eleição. É a terceira candidatura desde 1974 e, pela terceira vez, foram alcançados os objectivos. Duas notas sobre isto. Primeiro, todos os países valem um voto na AG. A natureza dos regimes que apoiam as candidaturas é pouco ou nada relevante nesta aritmética. Portugal teve apoios interessantes, do Brasil ao Egipto, da Turquia a Angola, de Espanha à Rússia. Segundo, para um país pequeno e comparativamente seco de economias face a Canadá (G8, G20, 6 vezes membro não-permanente, uma por década) e Alemanha (G8, G20, terceiro financiador da ONU), estes palcos são relevantes. Colocam-nos no centro de alguns debates internacionais (mesmo que com pouca resolução), de crises repentinas, dando-nos experiência, dão-nos proximidade diplomática com muitas partes do mundo, e permitem insistir em agendas que nos redimensionem em prestígio e perfil internacionais. Sou céptico quanto à praxis e reputação do Conselho de Segurança, mas apesar de tudo, ele existe, tem um papel e é preferível estar do que não estar. Isso acaba por ser meio caminho andado para a irrelevância de um Estado.
Parece que o novo conceito estratégico da NATO vai andar pelas cinco páginas. Deve ser da crise.
O partido da democracia e da defesa das mais amplas liberdades em todo o seu esplendor.
Aguardamos ansiosamente o elogio ao novo líder revolucionário do partido irmão da Coreia do Norte.
De tempos a tempos vendem-nos uma inevitabilidade. Dizem-nos que se não formos por um determinado caminho é a desgraça, o fim dos tempos. E nós acreditamos. Acreditamos por medo, por falta de confiança nas nossas convicções, porque eles sabem uns segredos que nós simples mortais não temos acesso.
Mostram-nos uns papéis cheios de linhas e números onde, dizem eles, se define o nosso futuro: na linha um está a nossa conta do supermercado, na bola azul está a despesa com o médico, no tracejado três está o que devemos ao colégio dos filhos, e nós trememos. Depois, pegam numa caneta e de olhos arregalados fazem um risco na folha, que é, asseguram eles, a nossa vida, e garantem-nos que se não fizermos como dizem é o nosso fim, é a miséria, é o desespero.
Engolimos as nossas certezas, que são bem menos certas que as deles, tomamos o calmante com duas ou três copos de vinho e esperamos, esperamos a próxima inevitabilidade.
Ainda o livro do Bob Woodward não me tinha chegado a casa e já fazia estragos no staff de Obama. Parece que o último foi James Jones. Não vou dissertar agora sobre as saídas recentes da Casa Branca, antes discutir este ponto: Woodward, como é seu hábito, tem fontes inatingíveis para qualquer outro jornalista sénior, faz entrevistas a vários membros da Casa Branca (com Obama à cabeça), constrói o argumento e expõe-no em livro. Tem sido assim com mais de uma dezena deles. Não há censura ou visto prévio que trave a sua publicação. Custe a quem custar. Agora reparem em Portugal e contem quantos livros se publicaram durante os 36 anos de democracia sobre as principais figuras políticas nacionais deste período ou ainda no activo. Não vale autobiografias nem encomendas pré-eleitorais. Falo em trabalhos sérios, que fujam à preguiça e ao receio de consequências. Pois, já chegaram ao mesmo número que eu, não foi?
Casar não é barato. Casar é uma aparente raridade. Casar é para malucos. Mas quando um gajo decide ser politicamente incorrecto e casar ou está tudo ocupado para fazer a festa ou tem três casamentos no mesmo mês.
Gostava de perceber a razão para, numa conjuntura de crise ou numa conjuntura de fartura, serem precisas três embaixadas portuguesas nos três países bálticos.
Ouvi ontem Luís Marques Mendes com atenção redobrada. Foram inúmeros os exemplos de duplicação de serviços, organismos e funções que existem na máquina estatal, grande o desperdício e o desbaratar de dinheiros públicos. Estou em crer que será sempre assim enquanto o estado tiver o tamanho que tem neste país, empregar directa e indirectamente meio mundo e com isso criar uma relação pouco sã entre partidos políticos, garantia de emprego e, esse grande mistério, a natureza pouco recomendável do ser humano. Um português com poder é um ser humano a caminho da tirania. Mas o que me causou uma certa estranheza foi o facto de há quinze, vinte anos atrás, Luís Marques Mendes não ter alertado ninguém sobre a engorda que já aí estava a acontecer ao estado e seu organigrama. Como participou em vários governos da altura, podia ter tido um papel no combate a esse flagelo que agora, e bem, tenta combater.
Passei o dia a pensar na China, o que só por si pode dizer muito do meu estado de sanidade. Começou com o Nobel, os dissidentes, as liberdades, a pressão externa, o agora-é-que-aquilo-se-vai-abrir, o vai-ficar-tudo-na-mesma-como-é-óbvio, para passar a tarde a debater a segurança energética e o dilema chinês. Dilema chinês? Sim. Os chineses, ao contrário das profecias apocalípticas das últimas três décadas que fazem evaporar os EUA da terra e emergir a China até Marte, também têm os seus dilemas. Um deles, não particularmente pequeno, é a opção pela exploração energética costeira e, por isso, capaz de alimentar as grandes metrópoles dessa orla; a outra, a sua capacidade continental para não deixar a outros o controlo energético na Ásia Central. No primeiro caso, os vizinhos são Taiwan, Japão e EUA. No segundo, a Rússia. Ou seja, vamos ver se Pequim tem unhas para tudo. No primeiro caso, exige-se uma Marinha de primeiro plano. No segundo, um Exército com envergadura. Vamos ver que tensões podem surgir na cadeia militar interna e em expansão. Dir-me-ão que isto não interessa nada. Pois, tenho ouvido isso inúmeras vezes. Mas se o "mundo será chinês" e a "Lua terá olhos em bico", convém perceber que alimentar esta máquina económica implica fazer opções estratégicas. Hoje existem 700 milhões de automóveis na China. Daqui a vinte anos, 3 mil milhões. Eu já comprei a máscara.
Dizer já que se viabiliza o orçamento, sem sequer se conhecer o documento ou as contas do PEC II, é o conselho da Dra. Ferreira Leite. Não foi a ex-presidente do PSD que a 27 de Agosto, num artigo no Expresso, disse que era preferível ir para a solução de duodécimos? Pois, responsabilidade.
Llosa? Pois... Saramago foi Prémio Nobel em 98 era eu... na sequência dum grande investimento na feira de Frankfurt feito por... pois...
Manuel Carrilho entrevistado por Mário Crespo
O meu herói ganhou o Nobel. Estás perdoado de me teres feito ir à cidade mais feia do mundo e de me teres obrigado a apanhar uma gastroenterite em Iquitos.
A minha opinião sobre os resultados eleitorais no Brasil, no TVI24. O mesmo tema ocupará hoje toda a emissão do Edição Internacional da Renascença. Apareçam.
Agora todos em coro: somos todos muito responsáveis e vamos todos fazer o que o sr. Presidente da República e o sr. Primeiro Ministro mandarem.
Luís Amado afirma que Portugal irá inviabilizar a reforma da estrutura de comandos da NATO se esta excluir Oeiras. E afirma muito bem. O tema é recorrente e um governo PSD/CDS faria exactamente a mesma coisa. Por isso, estes dois partidos deviam, nesta matéria, estar ao lado do ministro através de uma declaração pública. Feriado não é sinónimo de gazeta política.
Há quem não entenda o que é pensar pela própria cabeça; quem nunca tenha a coragem de exprimir uma opinião, uma que seja, diferente da que lhe mandam ter; quem se resigne a ser apenas a voz do dono.
Sejam muito felizes.