As noticias "encomendadas" da semana:
- Cavaco leva 23 pessoas na comitiva, Passos leva 4
- Os salários das vedetas da RTP
- Os “apelos” de Sócrates para o chumbo no OE
Quanto tempo levará o Ministro da Propaganda a perceber que deve governar e não a fazer spin rasca? O problema é que já toda a gente percebeu que ele não sabe fazer outra coisa, e mal diga-se. A coisa é tão descarada e patética que só dá mesmo vontade de rir.
Depois da engenharia financeira criativa, Paulo dedicou-se agora à graficologia criativa. O Spielberg que se cuide. Qualquer dia entra no mundo virtual do 3D e está tudo tramado...
A insuspeita Cândida Almeida diz que Portas é tão suspeito no caso dos submarinos quanto Sócrates foi no caso Freeport. Ó Abrantes, agora, das duas uma: ou trocas os 21 posts que já escreveste sobre as suspeitas de Portas nos submarinos ou tens de trocar os 725 posts que escreveste sobre a inocência de Sócrates no Freeport. Eu, no teu caso, mudava os 21 posts....
Nada como reanunciar o acordado para fechar um ciclo e mascarar a falta de músculo negocial. Obama voltou a dizer aos americanos que é ele quem termina a guerra maldita: não a aprovou em 2003 e em 2011 traz as tropas para casa.
Hoje no Diário de Notícias
O Francisco tem um projecto a solo e de certeza absoluta vai ser do carago.
Será mesmo verdade que depois de ter levado 30 pessoas numa viagem aos Açores, agora o Presidente leva 23 pessoas ao Paraguai, incluindo mordomo e médico pessoal? É mentira! Não é verdade. Não pode ser verdade. Não pode...
Pedro, percebo o que te chateia. Concordo com parte, discordo de outra parte, mas o ponto inicial não era esse (no texto da Raquel Abecassis) - era o regresso infeliz de Teixeira dos Santos, impoluto, como se nada fosse com ele. Vamos ao que dizes. Concordo que o anterior Governo se deparou com a maior crise dos últimos 100 anos e que ela foi tremendamente ignorada, tanto pelo próprio Governo como pelo Presidente da República. Eu não me esqueço que andámos a investir em betão, a crédito, como se não houvesse amanhã quando, desde 2008, já erá óbvio que a tempestade iria ficar por muitos e bons anos. Lembraste de ver Sócrates a assinar o contrato do TGV para Madrid num sábado e na quarta-feira seguinte a pedir a Passos para assinarem um pacote de austeridade? Foi em Maio de 2010. Lembraste do debate entre Sócrates e Ferreira Leite em Setembro de 2009? Ela, dizia Sócrates, só queria "parar, adiar, recalendarizar", ele só queria fazer coisas boas. Não culpo o anterior Governo por tudo, fez muitas coisas bem feitas, mas a crise internacional mais dura de que há memória não explica que não nos tenhamos preparado para ela.
Nada disto tem que ver com qualquer 'spin partidário' que se oiça ou com qualquer crítica - com ou sem justificação - que se faça ao actual Governo.
Por fim, a estratégia do "empobrecimento". Ouvi o primeiro-ministro do princípio ao fim, ontem na conferência do Diário Económico. Não sei se a estratégia dele é a correcta, sei que o caminho é estreito e arriscado, ainda não ouvi uma única alternativa consistente, mas sei que nunca tinha ouvido um primeiro-ministro falar tão claro sobre coisas tão duras.
Com toda a certeza por falha minha, não percebo a pergunta. Durão? Guterres? Para o assunto em análise não me parece que seja minimamente relevante, nem me incomodo a pensar, um segundo que seja, nisso.
Digo-te o que me incomoda. Incomoda-me gente que reputo de honesta atribuir toda a culpa da nossa situação actual ao anterior Governo. Gente essa que sabe ou devia saber que isso é uma redonda mentira e mesmo assim repete essa lenga-lenga. Incomoda-me que as pessoas ignorem a maior crise económica e financeira dos últimos cem anos e as suas consequências numa economia pequena e periférica como a nossa. Incomoda-me que tenham descoberto os problemas da Europa e do Euro há meia dúzia de semanas. Incomoda-me que se ignore olimpicamente que antes da crise a nossa dívida pública estava na média europeia. Incomoda-me a conversa criminosa do “viver acima das nossas possibilidades” quando dois milhões de portugueses vivem na pobreza e uma larga maioria dos portugueses sobrevivem com menos de 750 euros mensais que um tipo que ganha 3000 euros seja considerado rico. Incomoda-me que me tenham dito que com cortes nas gorduras e nos gastos intermédios se iam solucionar todos os problemas. Incomoda-me que se tivesse jurado a pés juntos que não se iam subir impostos e depois foi o que foi. Incomoda-me ver um PM dizer que a solução é o empobrecimento. Incomoda-me o estado da justiça, das empresas, dos sindicatos, e, sobretudo, de sentir que estamos numa descida muito íngreme e que vamos espetar-nos definitivamente sem que ninguém faça nada contra isso. Incomoda-me o tiro ao alvo aos políticos e incomodam-me os políticos que dão azo a que isso aconteça. Incomodam-me muitas mais coisas, mas não chegavam mil posts para as dizer todas.
Mas, mais que tudo, chateia-me estar sempre a repetir que achei o anterior governo péssimo como se tivesse necessidade de arranjar uma desculpa para poder criticar este. Pior, chateia-me começar a sentir que este é capaz de se tornar ainda pior que o anterior.
Teixeira dos Santos tem o seu capital académico impoluto depois de ter duplicado a dívida pública e levado o país ao terceiro resgate dos últimos 30 anos. Aliás, eu hoje ainda fiquei mais descansado: ele esteve para se demitir quando mudaram a lei das Finanças Regionais mas acabou, num aceno de bom-senso, por se aguentar. Só penso na quantidade de notícias que eu teria deixado de escrever...irra!
P.S. Pedro discordo totalmente de ti. Faz um exercício: em 2002 130 dias depois de sair de funções, Guterres dava três conferências seguidas a opinar sobre o que estava Durão Barroso a fazer. O que dirias?
Faço minhas as palavras da Raquel Abecassis:
"Está na moda discutir sobre a responsabilidade criminal de políticos que por causa das suas acções tenham prejudicado gravemente o país.
É discutível se isso deve ou não acontecer, até porque será difícil fazer prova sobre as acções e as intenções.
Mas o mais absurdo é que o país que se anima com esta discussão é o mesmo que convive, pacificamente, com o facto de uma faculdade, a Faculdade de Economia do Porto, escolher como estrela maior do seu firmamento o ex-ministro das Finanças para fazer o discurso de sapiência que assinala o início oficial do ano lectivo.
Mais espantoso é que Teixeira dos Santos aceite e decida falar de cátedra, precisamente sobre a situação caótica em que deixou as finanças do país, nunca reconhecendo isso, obviamente, deixando conselhos para o futuro e avisando que o actual ministro está a fazer o que deve ser feito.
Perante isto, talvez fosse de aconselhar que, em vez de se discutir o tema exotérico da responsabilidade criminal dos políticos, poderíamos começar pelo velhinho tema da 'vergonha na cara', que é o mínimo que deve ter quem nos deixou no estado em que estamos".
Pois. Entretanto numa galáxia distante há uns tipos a catar porcaria do úmbigo.
Sob o alto patrocínio dos actuais protagonistas da política nacional (não entendendo muito bem onde se estão a meter), a vaga anti-políticos tem vindo a acentuar-se. A exposição pública de toda a sua vida pessoal e profissional (passada, presente e futura), os salários desadequados das responsabilidades que têm em mãos (nomeadamente dos governantes), a inversão do ónus da prova para os seus crimes, a tentativa de criminalização da incompetência política, podem ser fruto de boas intenções, mas terão efeitos perversos para a democracia. Qualquer dia só será político quem não tenha alternativa de carreira, seja descontroladamente vaidoso, invulgarmente altruísta, um santo (o Dr. Bagão Félix), ou simplesmente um grande maluco.
A Tunísia pode servir de modelo político para os vizinhos do Norte de África, mas é a Turquia quem procura influenciar a dinâmica regeneradora iniciada nestas eleições.
Hoje no Diário de Notícias
Ricardo Rodrigues é acusado de ter cometido um crime no desempenho das suas funções - enquanto deputado estava a dar uma entrevista e roubou um gravador a uns jornalistas. Ricardo Rodrigues é inocente até o trânsito em julgado de uma decisão judicial. Até aqui tudo bem. Agora não me venham tapar o sol com a peneira e dizer que com a actual direcção do PS haverá um código de conduta. Há coisas que não precisam de ser escritas. Ahhh, já me esquecia...Ricardo Rodrigues foi, entretanto, eleito vice-presidente da bancada parlamentar do PS, é o porta-voz do PS para a justiça e irá para o Conselho Geral do Centro de Estúdios Judiciários por proposta do PS. Se o (alegado) crime não compensa, nem sempre penaliza.
E o Volks-vinkel, o Cá-pel e o Riiiiiinaudo também...
Há um ano Sócrates cortou os salários dos políticos a contra gosto porque era uma proposta demogoga e populista da oposição.
Meu caro, se ainda assim continuar com dúvidas ligue à Inês, em matéria de subsídios ela fala a sua linguagem. Aquele abraço
Onde andam os 30% do Governo que são do CDS, desde que Passos explicou ao país o OE/2012?
A caça às bruxas é um desporto nacional praticado por profissionais. Pena é não termos um campeonato, sempre se quantificava a coisa. Quando a crise aperta todo o corte moralista ou moralizador (há uma grande diferença entre os dois: gosto do segundo, temo o primeiro) é notícia. Hoje a vítima foi Miguel Macedo, o ministro que tinha um subsídio legal mas que não sobreviveu ao aperto. Qualquer dia a caça das bruxas ainda chega ao sítio certo e até os administradores do Banco de Portugal são apanhados.