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Na segunda década, Putin deu aos russos o que eles mais gostam: ordem e orgulho. Esta década pode ter terminado ontem. O cartão amarelo prova que só isso não chegava. Os russos precisam de riqueza além do monopólio da energia, redistribuí-la sem privilegiados, caçar corruptos, estancar a sangria demográfica tendo a China ao lado, parar o clima de medo político. Putin tem até Março para responder a isto.
Hoje no Diário de Notícias
A demagogia tem duas características muito interessantes: é altamente contagiosa e em quase todos os casos infecta o seu criador.
DN de hoje
A luta interna pelo esvaziamento da Presidência da República atingiu o seu pico. Os aiatolas querem centralizar o poder, reduzir o apoio parlamentar ao círculo de Ahmadinejad e aproveitam uma arriscada crispação com o exterior para enfraquecer o seu papel político. Este clima vai aquecer até às legislativas da próxima Primavera. Aí veremos para que lado começa a pesar a balança: se para o reforço da teocracia política se para o radicalismo civil da presidência.
Hoje no Diário de Notícias
Tenho dito muito mal do senhor Jardim, da sua tropa e dos resultados alcançados. Metade da minha família é madeirense, eu próprio o sou e nem tudo o que dali vem é mau: hoje houve bailinho. Bailinho da Madeira, do bom...
A relação transatlântica não está fragilizada porque a Ásia assim o ditou; está debilitada porque os seus membros perderam poder por culpa própria. Os norte-americanos, pelos disparates financeiros da última administração e pela assumida retracção política e militar da actual. Os europeus, pela ambição de um projecto comum sem instrumentos políticos à altura. Ambos os lados perderam autoridade política para impor uma vontade determinante ao outro. Apesar disso, não interessa à Europa uns EUA fracos, como não interessa aos EUA uma Europa em colapso.
Hoje no Diário de Notícias
A história conta-se em poucas linhas. Os jornalistas erram, eu sou jornalista, eu também erro. Quando erramos fazemos rectificações. Enganei-me num texto e em vez de escrever Óscar Gaspar (conselheiro económico de António José Seguro) escrevi Óscar Escária. Sim. Enganei-me no apelido. Óscar Gaspar enviou-me um e-mail a pedir a rectificação, dois dias depois eu fi-la, sem nunca publicar o texto que me enviou por e-mail - afinal de contas era uma simples rectificação de um apelido. Eis o meu espanto que o Abrantes publica na íntegra um parágrafo do tal e-mail que me foi enviado pelo dirigente do PS. Estranho? Eu não enviei o e-mail para o Abrantes, logo, das duas uma: ou o autor do e-mail o enviou, ou alguém me anda a espiar [ainda não sabem que existe a Casa dos Segredos]. Enfim, seja qual for a triste origem do caso é absolutamente irrelevante. Aqui, a única coisa fora de sítio é o Abrantes ter o tal parágrafo, do tal e-mail enviado por Óscar Gaspar. Das duas uma: ou é mesmo um blog de campanha, ou tudo como dantes nas escutas dos Abrantes.
P.S. Eu não publico e-mails mas estou em condições de garantir que o parágrafo é este:
(...)"Vítor Escaria e Óscar Gaspar foram, segundo se sabe, assessores do primeiro-ministro José Sócrates. Serão economistas com defeitos e virtudes, como todos os outros. A fusão dos méritos dos dois poderia resultar no tal Óscar Escaria que o Diário Económico invoca? E se juntassem as falhas de cada um, em termos de análise e perspectiva, dariam lugar a um Vítor Gaspar? Aí o Diário Económico teria criado (mais) um pesadelo para os portugueses".