E agora? Haverá vítima sem malfeitor? Bem: se isto já foi até à ERC, ao plenário do Parlamento, ao Parlamento Europeu, às televisões, jornais e oposição tem de se arranjar um malfeitor. Agora, não sei quem poderá ser....
Hoje, no Económico.
António Borges licenciou-se em economia no ISCEF, é mestre e doutor pela Universidade de Stanford (aquela escola de quinta linha dos americanos), foi professor no INSEAD (aquela escola de vão de escada dos franceses), foi vice-governador do Banco de Portugal, foi director do INSEAD, foi vice-presidente da Goldman Sachs, foi administrador de várias empresas (Citibank, BNP Paribas, Petrogal, Sonae, Jerónimo Martins, Cimpor, Vista Alegre e Sonaecom), foi consultor de vários organismos (Departamento de Tesouro dos EUA, do Instituto Elétrico Americano, OCDE e UE), foi director do FMI para a Europa, é professor Catedrático pela Universidade Católica, foi administrador da Fundação Champalimaud. Ahhhh, e foi presidente da Assembleia Municipal de Alter do Chão. Hoje, no Parlamento, António José Seguro, licenciado em Relações Internacionais pela UAL, ex-director do jornal "A verdade de Penamacor", e um verdadeiro profissional da política (foi deputado, eurodeputado, ministro durante um ano) questionou o currículo de António Borges para liderar as privatizações que temos pela frente. Senhor Doutor António José Seguro: António Borges tem falta de quê? Sabe, parece que a secretária do primeiro-ministro até ligou a Armando Vara e a Rui Paulo Figueiredo para os convidar, mas como nenhum atendeu acabou por ser António Borges. Só pode ter sido isso. Só pode. Foi de certeza o que aconteceu.
Adenda: Hoje no Parlamento o líder do PS não questionou a dimensão do Governo mas a nomeação de "boys" para a comissão de privatizações e para a CGD (os dois exemplos que citou). Aqui falei sobre o currículo de António Borges, como já o tinha feito com António Nogueira Leite e com Nuno Fernandes Thomaz. Desculpem, mas sou dos que acredita que a política dá currículo e não cadastro.
Pacheco Pereira para Lobo Xavier: "Quando o virmos ministro da Economia deste Governo...". Lobo Xavier para Pacheco Pereira:"Não vai ver".
Ao dizer que não conseguiria "fazer melhor" do que o actual Governo está excluída dos cavaquistas anónimos que o criticam, verdade?
Grande contratação. Pelo know-how, credibilidade, honestidade e capacidade de análise. Só temos a ganhar em te-lo a acompanhar as privatizações.
O Estado ter meios de comunicação social dá nisto: uma guerra de chefias acaba num caso político. O sub-director de informação da RDP diz que o director da RTP não gostou de uma crónica e acabou com cinco cronistas. Um dos cronistas acusa o ministro da tutela, com uma mão cheia de zero provas, de o ter saneado. O BE usa o caso para conseguir o que não tem conseguido: ser noticia. O PS navega na onda. E Pedro Rosa Mendes? Ganhou uma carreira política se um dia o entender.
O médico da equipa do Cairo disse à televisão do clube que "esta guerra tinha sido planeada". Não seria uma novidade: o jornalista James Montague descreveu com rigor essa premeditação e a organização da violência em When Friday Comes: Football in the War Zone. Mas a escala desta tragédia é singular.
Hoje no Diário de Notícias
...Ou actualizas os teus gráficos em tempo real ou dedica-te a uma indústria produtiva. Uma daquelas que contribui para a solução. Nem que compres uma cana de pesca e vás à procura de gambozinos. Passas a vida a aplaudir quando os juros sobem e as agências nos mandam para baixo, e quando acontece o contrário nada dizes? Mesmo que não comentes, mete um graficozinho a dar conta da evolução.
Pedro Rosa Mendes, finalmente, explicou a alegada "censura política" e foi até ao Parlamento Europeu dizer o seguinte: o director adjunto da RDP (a rádio do Estado) ter-lhe-á dito que o director-geral da RTP (a televisão do Estado) não gostou da crónica que tinha feito sobre Angola. Estou muito mais esclarecido. Esta "censura política" é um diz-que-disse. Ok. Andamos a brincar com coisas sérias ("censura política"). Brincar com coisas sérias ainda vá que não vá, agora gozarem com a minha cara é que não. Não gosto. É uma coisa que me chateia.