Abrantes: (Divida x 2 2005/2011= 160 mil milhões) + (PPP x 6 anos = 20 mil milhões) = 6 anos de Abrantes e companhia. Tens de regressar às novas oportunidades. Quanto ao salário pornográfico, quem me dera! (acho que isso no Estado acabou, ou melhor acabaste com isso, tal foi a ramboia....). Vês: mesmo de férias eu respondo.....Com muito carinho e uma certa paciência para a falta de sapiência bacoca.
Não quero carregar-vos com literatura maçuda no verão, mas há debates incontornáveis que merecem atenção de quem gosta de política internacional. Alguns podiam ser traduzidos ou iniciar coleções, mas algum caminho tem de ser percorrido. A começar pela eliminação de expressões como "política estrangeira", useira e vezeira nas preguiçosas traduções nacionais.
Vale a pena ler a entrevista a Medeiros Ferreira na Revista do Expresso. O professor é um dos últimos políticos com sentido de humor, um dos últimos académicos com sentido da política, um dos últimos intelectuais com sentido da palavra. Nada é dito ao acaso. Os detalhes contam. Os formalismos ditam as regras no jogo político. Medeiros Ferreira faz parte de uma geração de políticos (da esquerda à direita) que cultivou a leitura, a análise, o tempo, que se envolveu na luta partidária sem fugir aos momentos quentes, frios, mornos. Quando eles deixaram de fazer sentido, houve vida para além disso. Eu gosto de gente assim. Com nível para ser elite. Com um passado do qual se orgulham. Com tiradas como esta: "Mais tarde, ao conversarmos em pé (e eu nunca aceitaria um convite feito em pé), falou-me na hipótese de ser ministro da República nos Açores - coisa quenunca aceitaria nem em pé nem sentado". Já não há políticos assim.
publicado por Bernardo Pires de Lima às 12:23 | link do post
A Líbia não deixou o islamismo conservador de um dia para o outro. Mas a aversão à IM e as ansiedades materiais ditaram a sua lei. Como lembra Nikolas Gvosdev numa recente National Interest, este cheque de esperança, defraudado, pode acabar como a transição pós-soviética na Bielorrússia: crença no reformismo de Shushkevich seguida de tremenda desilusão. Três anos depois, Lukashenko era rei e senhor. Vale a pena aprender com os outros.
A marca do Hezbollah tem estado presente e tudo leva a crer que a barbaridade na Bulgária tenha essa assinatura. Na véspera, Hassan Nasrallah, líder do movimento - há dois anos era a mais popular figura no Médio Oriente e há seis estrela nas 'manifs' de Trafalgar -, enalteceu o círculo de Assad morto nesse dia, a quem agradeceu os mísseis com que combatera Israel em 2006. No fim, disse que uma surpresa aguardaria Israel. Não se enganou.
Só há um gajo que toca baixo em todo o staff? Não há uma solução de recurso? Alguém quer saber o que sai daquele instrumento quando o Morrissey está em palco? Ao menos a Erykah Badu não me desiludiu, fez uma festa memorável de soul e hip hop para duas mil almas. É o que dá andarmos entretidos com prima-donas. Adeus, Moz.
publicado por Bernardo Pires de Lima às 15:32 | link do post
Culpar o Batman pela tragédia no Colorado é tão patético como atribuir ao heavy metal a responsabilidade pelo massacre na Noruega. Infelizmente, houve quem o fizesse. Nos EUA, os defensores do direito inalienável à posse de armas trouxeram logo um duplo argumento ligando os dois casos: por um lado, ressuscitar o controlo de venda e posse de armas é um vil e atroz aproveitamento político do massacre; por outro, não é por existir um quadro legal mais restrito (como na Noruega) que as tragédias não acontecem. Ou seja, este tema não se pode discutir.
É aqui que entra o Mar do Sul da China e é aqui que a disputa levou, há dias, a um facto inédito: pela primeira vez em 45 anos, a ASEAN não chegou a consenso sobre um comunicado final. Vietname, Filipinas ou Malásia reclamam soberania marítima; o anfitrião Camboja fechou os olhos às pretensões em favor do aliado chinês; e o chefe da diplomacia filipina considerou as pretensões hegemónicas de Pequim uma "ameaça à paz e segurança na Ásia-Pacífico".
Preparemo-nos para o pior: um conflito regional alargado na região que abastece de energia o centro do mundo económico. A guerra da Líbia comparado com isto é uma nota de rodapé.
Caro Pedro, revejo-me em grande parte do teu texto. Fazer opinião não pode implicar a calúnia pessoal, o ataque desmesurado ao carácter com fins políticos ou a suspeita inconsistente, permanente e sem qualquer facto que a sustente. Todos temos direito ao bom nome, salvo PROVA em contrário.
"Não há colunista que se preze que não tenha feito seriíssimos apelos à responsabilidade. E muito bem. Não há nada pior do que a sensação de viver num país onde a impunidade impera. Ninguém tem culpa de coisa nenhuma e mesmo se alguém é, por remota hipótese, julgado e condenado por algo de impróprio, não faltam as vozes a pedir que seja feito um enquadramento que relativize a situação. Corre, no entanto, uma interessante teoria que defende o princípio da inimputabilidade para quem escreve textos de opinião. Ou seja, designa-se um texto ou um comentário numa qualquer estação de rádio ou televisão como opinião, e está automaticamente passada uma espécie de autorização para se dizer tudo o que vem à cabeça. Não há qualquer tipo de limites. Neste espaço, eu posso chamar ladrão a quem me apetecer, posso acusar qualquer cidadão dos mais terríveis e sórdidos crimes, posso pôr em causa a honra ou a probidade de alguém, posso inventar factos ou mentir descaradamente sem que tenha de me preocupar com as consequências das minhas afirmações. É assim como uma espécie de inversão do ónus da prova só ao dispor dos opinadores. Curiosamente, ou talvez não, são estes os primeiros a exigir que todos os que são alvo da mais díspar acusação venham esclarecer o que quer que seja e também os que mais apelam a todo e qualquer tipo de responsabilidade. Dos outros, bem entendido. Mas vamos imaginar que um ignorante, desconhecedor deste estatuto quase divino, resolve não gostar que lhe chamem corrupto, intrujão, ladrão ou pior e tenta, pelos meios à sua disposição, defender o seu bom-nome - escusado será dizer que as leis protectoras do bom-nome e da honra devem ser consideradas letra morta. Bom, além de ser corrupto ou ladrão, o cidadão estará a exercer uma pressão ilegítima sobre o colunista, será um lenhador das raízes do pensamento, um energúmeno que não sabe conviver com a liberdade de expressão. De um momento para o outro, o opinador passou para o panteão dos mártires da liberdade. Há partes desta nova doutrina que ainda desconheço. Por exemplo, será que me devo sentir ofendido se alguém me acusar de escrever o que escrevo porque estou ao serviço do partido A ou B? Devo suportar estoicamente se alguém disser que me divirto a ter sexo com ovelhas neozelandesas ou que espanco velhinhas no meio da rua? Como será que devo reagir, confrontado com a acusação de que sou pago para defender o senhor Zulmiro ou a Dona Zulmira? Ou, heresia das heresias, se um qualquer agente de forças obscuras disser que eu insulto, ofendo, injurio ou minto para que toda a gente olhe para mim, me tire da obscuridade e faça crescer a minha cotação no mercado dos media? Presumo que neste caso o acusador está a vilipendiar o meu carácter e isso é absolutamente intolerável. Ou seja, se eu faço avaliações da personalidade de alguém, está tudo bem, é a minha preciosa liberdade expressão. Se, por mero exemplo, um político põe em questão a minha honestidade ou a minha honra, está a cometer o mais vergonhoso dos pecados. Somos umas espécie de zero zero sete com a vantagem de ninguém nos poder alvejar. E ai do director de órgão de comunicação social que resolva prescindir dos meus serviços. De certeza absoluta que foi por eu ter ameaçado os poderes estabelecidos, por eu ter "pisado uns calos", por eu não ser "politicamente correcto". Nessa altura descubro - curiosamente, só me apercebo disso no momento em que saio - que esse medium está ao serviço de uma qualquer agenda que não suporta a minha livre opinião. Claro está que se sou convidado por um qualquer jornal ou televisão para lá exercer a minha actividade é apenas o mercado a funcionar, mas se for dispensado só pode ser perseguição política. Pois claro, isto é um país de impunidade, uma terra de irresponsáveis. Nós que escrevemos opinião somos o sal da terra, os puros, os bons, os honestos e ninguém nos pode pôr em causa."
A primeira não está garantida, a ver pela violência dos últimos dias, e o calendário de retirada da ONU pode (e deve) ser reconsiderado - Portugal tem aqui um papel de sensatez a cumprir no Conselho de Segurança. A segunda, aparentemente conquistada pela maioria parlamentar, não começou bem. A oposição deve ser um posto institucional. E como tal escusa de ser inflamada a gasolina.
Um gajo acha que já viu tudo. Mas ver no blog que ele próprio, mais o Doutor Bernardo, fundou, alguém a defender um, digamos, diplomado em folclore com especialidade em telefonemas para jornalistas, aldrabices em inquéritos parlamentares e nomeações de camaradinhas para tachitos públicos e semi-publicos, é coisa para deixar um careca, como este cidadão, incomodado.
Mas, se calhar, sou eu que estou enganado: o Dr. Relvas está a ser perseguido pela comunicação social. O Dr. Relvas até foi simpático com a comunicação social: levou imensa gente, com enormes qualidades, para o Governo e outras entidades do Estado, mas, claro, quem não foi com ele ficou ressabiado e vai de armar uma conspiração contra ele. Malandros. Uma jóia o sr.Dr. Um homem sem mácula. Uma criatura que está a ser vitima de terrível perseguição apenas por que quer privatizar a RTP (ainda ninguém sabe como, mas isso agora não interessa nada). Bandidos. Um homem que procura o conhecimento permanente através da coisa e tal e prontos e vou ali e já venho, mas o outro fez pior porque sim.
Eh pá, façam pela vida, ajudem quem vos ajudou, façam os fretes que quiserem, mas não me façam passar por parvo.
1. Quem são os outros 89 alunos da Lusófona que tiveram equivalências com base na experiência profissional? 2. Mariana Gago: o que diz da lei que aprovou? 3. Em algum momento o ministro Miguel Relvas escondeu, adulterou ou enganou alguém sobre aquele que foi o seu percurso académico? 4. Já houve uma inspecção à Lusófona desde que MR se licenciou. Foi detectada alguma irregularidade? 5. É MR melhor ou pior ministro por ter tirado o curso na Lusófona, da forma que tirou? 6. Se MR não fosse a cara da privatização da RTP estaria debaixo de fogo? 7. Há ou não um ataque orquestrado a MR?
É a dupla irrelevância da ONU em grandes crises de segurança internacional: escolher Annan e ter intervenções à revelia do Conselho de Segurança. Cada um cava a sua sepultura.
O artigo de hoje do Pedro Lomba no Público é a mais perfeita descrição do caso Relvas. Este, por sua vez, é a mais perfeita descrição de um Portugal saído dessa enorme epopeia a que alguém um dia resolveu chamar cavaquismo.
publicado por Bernardo Pires de Lima às 11:51 | link do post
Ou seja, este imenso eleitorado branco e conservador é ao mesmo tempo a fraqueza e o trunfo de Romney. Para o solidificar e maximizar vão ser decisivos o desempenho na Convenção Republicana, a escolha do vice-presidente e a erosão da inevitabilidade da reeleição de Obama. Difícil, mas não impossível.
O Rock 'n' Law está de volta: hoje o recinto do Optimus Alive recebe a quarta edição do evento em que 13 sociedades de advogados se propõem actuar a favor de uma causa solidária.
Este ano os advogados têm como meta ultrapassar o valor angariado na última edição – 70 mil euros. O montante conseguido irá beneficiar quatro projectos de solidariedade: a criação de uma ala para doentes de Alzheimer no lar da Fundação Ferreira Freire, em Portunhos, Cantanhede; o alargamento do número de crianças acompanhadas pelas Unidades Móveis de Apoio Domiciliário da Fundação do Gil, no Porto; a construção da cozinha da Casa Grande da Associação Portuguesa de Síndrome de Asperger; e a aquisição de uma carrinha para transporte de idosos e pessoas com deficiência da CerciOeiras.
Esta quarta edição, em parceria com a promotora de eventos Everything is New e com a Câmara Municipal de Oeiras, começa às 20h e terá a participação da apresentadora e atriz Cláudia Vieira. No final do concerto, a cargo das bandas criadas pelas sociedades de advogados, a festa continuará com os sons de um DJ, também ele advogado. O valor da entrada oscila entre os 15 e os 20 euros.