Hoje, reunidos em Teerão, mostram divisões quanto à Síria e muitos dos seus principais membros estão confortavelmente instalados no topo do establishment da ordem pós-89. Índia, África do Sul e Indonésia, por exemplo, históricos líderes do movimento, ocupam posições cimeiras, influentes e poderosas nesta ordem que muitos dos seus parceiros "não alinhados" desdenham. Este é o paradoxo atual da organização: muitos dos seus membros emergiram nas instituições políticas e na globalização económica da ordem liberal que criticam.
Hoje no Diário de Notícias
Tampa será uma festa, marcada pelo crescimento do entusiasmo pós-Paul Ryan, sem discursos divisionistas como o de Pat Buchanan em Houston (1992) e com uma certeza: o que sair desta convenção marcará setembro e isso será vital para a tremenda disputa de outubro. Aí será estado a estado, porta a porta, debate a debate, comício a comício. O GOP não desistiu.
Hoje no Diário de Notícias
A sabujice e a falta de vergonha de quem faz a "notícia" sobre os carros da RTP numa coisa a que chamam jornal ultrapassa tudo.
«Deus vos abençoe. E Deus abençoe os Estados Unidos da América.» É assim que os presidentes norte-americanos costumam terminar os seus discursos, sejam eles de pequena escala, na inauguração solene dos mandatos ou nos mediáticos «Estados da União». Para a generalidade, a América é um lugar abençoado pelo Criador e é preciso cumprir uma missão: conduzir esse excecionalismo ao patamar mais alto da divindade política. Os políticos americanos têm tanto de pugilistas como de pastores: não enjeitam uma boa luta, mas jamais renegam as vestes missionárias. Nos Estados Unidos, pode separar-se o Estado e a Igreja, mas é muito mais difícil expurgar a religião da política.
Hoje na Notícias Magazine
Não tenho a menor simpatia pela pena de morte, mas faz sentido considerar vinte e um anos como pena máxima, o que, no caso da Noruega, dá três meses de cadeia por cada uma das vítimas? Faz ainda sentido permitir ao condenado requerer liberdade condicional ao fim de dez anos?
Hoje no Diário de Notícias
A duração do momento civilista egípcio dependerá de dois factores. Da maneira como os militares olharem para as movimentações dos governantes sobre o seu império económico (calculado em entre 15% e 25% do PIB); e da lógica empregue pela Irmandade quanto à violação do pluralismo, liberdade de imprensa, expressão e representação (coptas, liberais, independentes). Os recentes casos de censura e confisco jornalístico não auguram nada de bom.
Hoje no Diário de Notícias
Em anos recentes, foi assim com Obama, com Hollande e, à nossa escala, com Cavaco. Eles mudavam o mundo, a Europa e Portugal. Vá lá saber-se as razões, todos eles desiludiram quem tanto acreditou. Não há mal nenhum em acreditar em políticos, ideias, projectos, vidas melhores, até em milagres. Mas o melhor seria começarmos por duvidar da santidade de quem se coloca muito acima dos mortais e se apresenta com varinhas mágicas que em tudo tocam e transformam da noite para o dia.
Hoje no Diário de Notícias
Coura, 17 Agosto 2012
Em qualquer democracia, ações de bandas punk não tiram um segundo ao sono dos líderes políticos: o discurso antipoder é feito naturalmente. O sistema respira, mesmo não sendo perfeito. Que o digam os enormes Clash, Pistols, Ramones, MC5, Stooges, Dead Kennedys, Fugazi e os nossos Censurados. Na Rússia não.
Sábado no Diário de Notícias
Por fim, Paul Ryan tem duas contradições insanáveis, certamente aproveitadas pelos democratas: beneficiou do sistema de segurança social (do qual hoje discorda) quando o pai morreu, permitindo-lhe continuar os estudos superiores, e não tem qualquer experiência profissional fora dos corredores do Congresso. Não se pode querer reduzir o peso de Washington e ter vivido apenas das suas benesses.
Hoje no Diário de Notícias
O PM tem-nos brindado com discursos pobrezinhos, mas o que está a fazer no Pontal é duma indigência atroz.
Estamos a falar de um caos com implicações energéticas e no comércio marítimo. Sem solução política, resta a última das opções: repetir o tipo de intervenção líbia sem autorização do Conselho de Segurança. Preparemo-nos para o pior.
Hoje no Diário de Notícias
"É meu dever recusar-me a trabalhar de graça, é uma ofensa para mim e para o esforço de todos os outros que trilharam o mesmo caminho".
Elsa Pan, 23 anos, estudante na Holanda, referindo-se às condições de trabalho em Portugal, hoje no DN.
Este é um pesadelo que a região vai ter de lidar - juntando-se à da península arábica, ao Sinai, ao Cáucaso e à Ásia Central - tal como a próxima Administração americana. Obama, reiterando o calendário de retirada negociado por Bush, corre o risco de juntar à promessa política um imenso problema: deixar de estar no terreno para poder garantir segurança e não ter o capital de influência que precisaria. O caso da Síria tem tudo para correr mal.
Ontem no Diário de Notícias
Digo isto por uma razão: uma ordem multipolar - que implique uma distribuição equitativa de todas as dimensões do poder entre várias grandes potências - não gera necessariamente mais estabilidade, segurança e prosperidade. Isso seria mais linear se todos esses polos em ascensão tivessem uma natureza democrática e respeitassem as liberdades. Não é o caso. E tal como uma ordem liberal só é suportada por nações liberais, potências não-democráticas e iliberais influenciam uma ordem menos livre.
Hoje no Diário de Notícias
Tirando o sinal de perseverança e liderança global, a única vantagem será fixar um eleitor de classe média ligado às universidades, ciência, investigação, em Estados próximos da indústria espacial (Florida, Califórnia, Novo México ou Oklahoma). Mas sobretudo o que esta missão pode desencadear é a chegada a outro patamar de competição entre grandes potências.
Hoje no Diário de Notícias
E este é outro problema. O Norte da Síria está com controlo crescente do PYD, a extensão síria do PKK com apoio do curdistão iraquiano. O pânico em Ancara está na concretização de uma grande zona curda, estilhaçando o território sírio, conquistando uma legitimidade internacional a ponto de garantir independência turca.
Sábado no Diário de Notícias
Romney não tem política externa. Só um punhado de tiradas avulsas para consumo interno. É pouco para quem quer ser "líder do mundo livre".
Hoje no Diário de Notícias
Mitt Romney é um político esforçado. Sem carisma, brilhantismo ou faro político, pensou numa viagem internacional que lhe trouxesse, não projecção de estadista ou um esboço da sua política externa, mas apoios importantes nalguns swing states. A comunidade polaca é significativa nuns quantos, baixou a sua apreciação favorável a Obama e o voto judeu anda, algum dele, descontente com o presidente . Há quem considere a administração soft com a Rússia e o Irão, quem não tenha gostado do recuo na instalação do sistema anti-míssil na Polónia ou da infeliz declaração sobre os "campos da morte polacos". Acontece que Romney, tirando um ou outro milhão angariado, não traz grande vantagem desta tournée. Em Israel, sobretudo, a sua investida ficou completamente arruinada quando Ehud Barak, na antena da CNN, considerou o apoio da administração Obama a Israel como o melhor e mais próximo de que se lembra. E de Barak para Barack, Romney ficou a ver navios.