Muitos dos aliados de França, que andaram a vociferar por uma intervenção na Síria por saberem que ela não aconteceria tão cedo, estão hoje calados ou em serviços mínimos. Tiro o chapéu a Hollande. Aos outros não.
Hoje no Diário de Notícias
A bem da dignidade da pessoa humana, eu pessoalmente espero que ninguém invoque as regras da Chantam House para o que se passou com os jornalistas nesse extraordinário evento em que se está a escutar a sociedade civil. A desculpa não seria patética, seria insultuosa.
Não vale a pena ter rancores, é aceitar e pronto, já dizia o MEC. Portugal se não existisse tinha que ser inventado. De boca cheia, célebres pensadores do Estado, da reforma, da contra-reforma, vão espalhando magia com as palavras, as ideias, o imenso talento político que o pobre país teima em não aproveitar. O vocabulário, por exemplo, é todo um programa. No entanto, continuo a achar que a "sociedade civil" ainda não chega aos calcanhares da "dignidade da pessoa humana".
Ainda sobre os EUA, eleições e think tanks. Na democracia da América.
O Dr. Moedas e da Dra. Galvão, diz que por impulso do Primeiro-Ministro, organizaram uma conferência de nome “Pensar o futuro – um Estado para a sociedade”. O objectivo é escutar a sociedade civil.
O evento não se distinguiria nem pela originalidade temática nem pelos oradores convidados. Digamos que não estou a ver Vítor Bento a surpreender-nos nem o General Garcia Leandro a apresentar uma ideia que reinvente a roda.
Mas não há nada que este Governo faça ou promova que, pelo menos, não nos surpreenda. Infelizmente, não pelos melhores motivos.
Então não é que a dita conferência para escutar a sociedade civil não é aberta à comunicação social? Melhor, os jornalistas podem estar presentes mas não podem relatar o que lá se passar. Será entregue um documento elaborado pelo Governo no final do evento com as principais conclusões que depois os media poderão reproduzir. Genial. Os jornalistas podem ouvir o que lá se passa mas apenas podem publicar o que o Governo lhes disser. Isto dantes tinha um nome, mas não me lembro agora qual.
E, pronto, temos uma conferência para escutar a sociedade civil onde a dita não pode participar e as conclusões terão de ser filtradas pelo Governo. É ou não uma originalidade? Bom, se calhar não.
(parece que a ideia de "controlar" a comunicação veio da dra. Galvão. O especialista em comunicação social que a ensinou não lhe transmitiu os truques todos.)
Costumamos olhar para África como depósito de ajuda humanitária e um continente condenado à desgraça, mas muito está a acontecer para lá disto. África é um continente emergente e merece ser reconhecido por isso. Na última década, a média do PIB duplicou e o PIB per capita cresceu 3% ao ano, o dobro da média mundial; seis das dez economias que mais cresceram eram africanas (Angola, Nigéria, Etiópia, Chade, Moçambique e Ruanda) e o FMI projeta sete em dez até 2015 (Etiópia, Moçambique, Tanzânia, Congo, Gana, Zâmbia e Nigéria). Há razões para isto.
Hoje no Diário de Notícias
Mas é preciso resolver um dilema: não se pode forçar a existência de um Haiti democrático e com instituições (mesmo que frágeis), e ao mesmo tempo não as envolver em todos os domínios da reconstrução. E isto vale tanto para o Haiti como para outro país desgraçado pela natureza.
Hoje no Diário de Notícias
O meu artigo hoje no Diário Económico.
As várias interpretações da Constituição são o álibi perfeito para o regime venezuelano manter o habitual nível de turbulência política que garante, pelo menos, a coesão dos seus apoiantes. Mais do que a nomeação de Nicolas Maduro para a presidência, o que Chávez fez foi assegurar a liderança do PSUV. A luta no interior do regime fica assim assegurada e a máquina eleitoral também, não vá ser precisa a curto prazo. Ora o que esta passagem de testemunho indica é um olhar atento ao texto constitucional em caso de morte do Presidente.
Hoje no Diário de Notícias
Monti é o mais recente tecnocrata (ou, se quiserem, eurocrata ou goldmancrata) que acabou político por gosto. Anunciou candidatura no Twitter - uma prática muito modernaça - e até já puxa pelos "valores éticos" (contra Berlusconi), critica a lei eleitoral (feita por Berlusconi) e traz a mítica "luz ao fundo do túnel" que os políticos teimam em querer mostrar sem saber muito bem onde fica. Monti está um político profissional de mão cheia e disputa votos com Berlusconi (e também Bersani), que por sua vez disputa com o também humorista Beppe Grillo. Salada russa? Não, salada italiana típica.
Hoje no Diário de Notícias
Tal como a campanha de 1977, também a de 2010 deveu tudo ao apoio dos países árabes e "não alinhados". Isto tem um preço. A diplomacia portuguesa, deslumbrada com o sufixo económico, tem sido fiel a esses apoios. O problema é que há uma diplomacia política que parece estar esquecida nas Necessidades e é por isso que as perguntas se impõem: são estas relações o alimento para novas alianças de Portugal? Traduzem novos alinhamentos? Foram feitas em consenso partidário? Põem em causa eixos estruturais da nossa política externa? Que diz a Presidência da República sobre elas? Ainda ninguém nos esclareceu.
Hoje no Diário de Notícias
Quanto valem os artigos do Orçamento que Cavaco questiona? 2 mil milhões, 1.8 mil milhões, 1.7 mil milhões, 1,5 mil milhões, 1.4 mil milhões, 1.120 mil milhões .
Acontece que ninguém acha graça a esta manobra de diversão. Desde logo, Assad e a oposição, que andam a matar-se diariamente para um único epílogo: uma vitória sem dó nem piedade. Pensar que dois anos de chacina originam uma grande coligação é ver um filme irreal. Depois, EUA e Rússia acabam por não "desgostar" do impasse. Washington, que não quer tropas no terreno, vai validando a ONU, como prefere Obama. Moscovo porque não quer pactuar com mais uma mudança de regime liderada pelos EUA, prática useira no pós-Guerra Fria, alguma até vinculando o Conselho de Segurança, sede da força russa de bloqueio (Kosovo, Afeganistão, Iraque, Líbia).
Hoje no Diário de Notícias
1. Seguro aguardava o tempo do Presidente antes de se pronunciar sobre o OE, mas antes do Presidente falar já prometia mandar o OE para o Constitucional.
2. Teresa Leal Coelho estava muito confortável com a promulgação do OE, mas uma semana depois já estava em discordância absoluta com o Presidente.
3. Cavaco lá fez mais um diagnóstico, arrasou a estratégia do Governo pelo meio e meteu uma crise política no Ratton, mas terapias alternativas nem uma.