Envolta em desorganização, irregularidades e falta de opções, estas eleições têm tudo para não mudar nada. Mugabe vence o exterior por exaustão (que espera pela sua morte para voltar a interessar-se pelo país), mas derrota o seu povo por ilusão. Este Zimbabwe é hoje um peso morto numa África ascendente.
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De certa maneira, é o replicar do que aconteceu na Argélia em 1992 e que deu início a uma longa guerra civil. Resta saber se o mesmo assolará o Egito. A terceira é a tensão que se vive nas sociedades árabes e muçulmanas entre o radicalismo político e a reação moderada ou secular. A haver o tal choque civilizacional ele está a dar-se dentro do "mundo árabe".
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Há razões conhecidas para que tal aconteça. Crescente concentração populacional arrastando uma imensa oferta de serviços (financeiros, educação ou saúde), empresas, grandes eventos, mercado habitacional, grandes redes de transporte mas também importantes hubs aeroportuárias que servem tanto o resto do país como de ponte para outros continentes. Mas há um argumento ainda por explorar: será que a erosão, em muitos casos, da centralidade política do Estado-nação está a abrir espaço aos global mayors como principais atores das relações internacionais do futuro? Também por isto se vê como toda a política internacional é cada vez mais local.
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Por exemplo, a indústria de defesa tem beneficiado bastante com esta estratégia. A última feira do sector para o mercado da América latina, realizada no Rio de Janeiro em abril, teve 120 delegações estrangeiras e mais de 30 mil visitantes. A mesma, em 1997, teve seis delegações e cinco mil interessados. Empresas como a Embraer, a Condor ou a Avibrás têm aproveitado o crescimento do mercado interno mas olhado com perspicácia para o exterior. África, sobretudo a que olha para o Atlântico sul, é hoje o mercado mais apetecível nas relações militares brasileiras. Angola e Namíbia que o digam. É precisamente a formação, monitorização e padronização no sector da segurança que mina a estabilidade da maioria da comunidade lusófona. Exactamente o setor que a CPLP menos valoriza e um dos que Portugal tem mais experiência.
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Nos últimos vinte anos, o trânsito de petróleo feito pelo estreito de Malaca passou de 20% para 33% e, com as tensões soberanistas a aumentar sobre ilhas e zonas económicas, é caso para dizer que está gerado o timing e o sítio mais atrativo para instalar o mercado de defesa nos próximos anos. Quem confirma isto? Precisamente os três atores em que Malaca assenta. Singapura acaba de comprar uma imponente frota de submarinos à Suécia, a Malásia à França e a Indonésia à Coreia do Sul. Todos se preparam para mais concorrência e poder dos grandes, sobretudo da China. Os europeus podem não investir nas suas capacidades, pagando um preço mais caro no futuro pela perda de influência na competição oceânica em curso, mas sabem bem quem quer comprar. Clientes não faltam.
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Salvar a Nação com menos impostos e mais despesa.
Seguro(u) a liderança.
....tem o voto a favor do PS.
“O país está a viver um período muito difícil que exige um alto sentido de responsabilidade por parte de todos os agentes políticos. Estamos convencidos de que o diálogo e a concertação social precisam deste compromisso nacional, sob pena de o país correr o sério risco de entrar numa fase de grande gravidade em termos económicos e sociais, de consequências imprevisíveis”.
Seguro já está sob ameaça de um resgate, de uma cisão, de um congresso, de um alvoroço. Basta passar das declarações para as acções e lá se vai a unidade.
Curioso foi o facto de, imediatamente após Morsi ter sido deposto pelos militares, a Arábia Saudita, o Koweit e os Emirados Árabes Unidos terem disponibilizado 12 mil milhões de dólares ao "novo" regime, oito vezes mais do que anualmente os EUA dão ao Egito em ajuda militar.
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Fontes anónimas brincam às coisas sérias.
Reduzir a dívida, o défice e o Estado.
Termos futuro.
Penamacor, Penamacor, so much to answer for
E a Selva aqui tão perto.
O PSOE, que não entusiasma uma alma descontente nem aproveita a queda de 20% do PP nas sondagens, partiu para a rutura e Rajoy está hoje a assar em lume brando. Sabemos bem que o governo só cairá se o PP se partir em cacos, mas o dilema é tão real como imprevisível: limpar o sistema da corrupção fazendo cair o primeiro-ministro espanhol neste momento sensível é, em tese, aceitável dado o melindre do escândalo, mas tem efeito prático que merecia um estudo prévio.
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O meu artigo no Diário Económico.
É mais um exemplo do efeito político que a frágil economia europeia carrega: só a necessidade de levar avante o acordo de livre comércio com os EUA impediu uma posição mais forte perante o vergonhoso processo de espionagem posto em prática por Washington sobre a UE. Se o acordo pode representar a tábua de salvação das economias europeias, a condenação permanece: não é admissível que, entre aliados, se recorra a tais métodos. A coisa tinha tudo para começar mal, mas a negociação lançou-se no dia 8, em Washington. Vale a pena perceber o que está em causa neste incompreensível, porque tardio, acordo.
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De um hair cut à grega.
Legenda: riam riam que eu já vos digo...
No que pensará ele?
D.R.
Mas é bem feito, no sentido certo, a única saída possível.
Uma novela mexicana.
Elogiar amigos não é algo que contribua para a credibilidade pública dum cidadão. A amizade, como o amor, tem o defeito ou a qualidade de nos alterar a capacidade de julgamento. Na esmagadora maioria das vezes o facto da nossa visão estar condicionada pela amizade é uma gigantesca sorte. A amizade é um valor tão forte e faz-nos tão bem que vale bem a perda de alguma racionalidade. Por outro lado, há poucos assuntos que valham o esforço supremo da frieza sentimental. Mas não era sobre isto que estava para aqui a pensar com os meus botões e com a música da Meneses da Radar.
Li o artigo do Bernardo e lembrei-me doutro do Pedro Adão e Silva em que ele apelava a uma espécie de coligação de homens de boa vontade que nos ajudasse a sair deste gigantesco buraco de miséria em que estamos metidos. Miséria material e moral, digo eu. Não falta quem berre aos quatro ventos que falta gente de valor. E de valores, volto a dizer eu. Mas eu digo que há e, graças aos deuses e a essa agora amaldiçoada democracia portuguesa que os educou, não são poucos os homens de valor e valores. E estão em todo o lado: nas universidades, nas empresas, no Estado e em mais umas dezenas de eteceteras.
Agora era a parte em que escreveria que o Bernardo era desta ou daquela área política, e o Pedro era doutra, ou que o Felizberto e o Sebastião não militavam no mesmo partido. Mas já não tenho paciência nem viço para essa conversa de circunstância, nem para explicar que os homens inteligentes e sérios (sérios, sérios, sérios) não se metem nem se deixam meter em trincheiras e muito menos para discorrer sobre o facto de neste momento estar em causa a sobrevivência da nossa democracia e até da nossa comunidade.
O que eu queria dizer mesmo é que há homens e mulheres de sobra neste país para defender e promover valores e conceitos como justiça, equidade, seriedade, dignidade, comunidade. Só falta mesmo atirarem-se para a frente. Nunca como hoje precisamos tanto deles. E eles andam aí.