A administração obama tem dedicado um quase silêncio ao Iraque. É verdade que nunca foi a sua guerra, mas pode vir a ser o pretexto mais interessante para introduzir melhorias no Médio Oriente, o nó górdio da política internacional. Durante este ano, poucas foram as intervenções dedicadas ao conflito mais polémico desde o Vietname e ao pós-conflito, que, após minar a credibilidade da coligação ocidental, entrou em franca melhoria desde que David Petraeus arregaçou as mangas. Obama erra ao manter esta postura.
E por duas razões: a primeira, o Iraque encontrou uma fórmula política que, sendo frágil, tem forjado entendimentos entre xiitas, sunitas e curdos, permitindo um aumento de 200% do investimento estrangeiro, o que o torna um mercado promissor caso outros factores o sustentem, entre eles a segurança interna e as relações com os vizinhos. Para isso, convinha apostar mais na eficácia dos serviços de informações e parar com a paranóia recente de excluir os sunitas do processo eleitoral e económico. A segunda é que este caminho abre uma oportunidade ímpar na promoção de um xadrez regional menos hostil ao Ocidente (Israel incluído), e com isso de inverter o aparente destino rumo ao abismo. Obama devia ser o primeiro a interessar-se por isto.
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