A renegociação do acordo de armas estratégicas nucleares entre Washington e Moscovo é um sinal político importante face ao descontrole da proliferação nuclear e a uma parceria estratégica entre americanos e russos. Mas a pergunta que este acordo impõe é esta: START what?
Os dois têm 90% dos arsenais nucleares conhecidos. A Rússia é imprescindível na solução regional no Afeganistão e a última coisa que neste momento deseja é que a NATO por lá falhe. A influência russa em Teerão é vital para a transparência do regime ou para a eficácia do regime de sanções. É, ainda, um player no diálogo com países produtores de petróleo e mantém capacidades de jogo na Europa com as políticas energéticas. Em Washington e Moscovo paira ainda o crescimento militar da China e respectiva projecção de poder. Mas além do tampão NATO face ao caos no Afeganistão, Moscovo continua a desconfiar do posicionamento americano na Europa de Leste, no Cáucaso e na Ásia Central. Avanços militares de Washington (individuais ou via NATO) exasperam o Kremlin e reforçam a sensação de estar sob um cordão de forças limitativo na sua tradicional área de interesse.
Mas mais importante do que este tratado será a conferência prevista para Abril, em Washington, e que sentará à mesa 45 países directamente ligados ao poder militar nuclear. O alcance deste novo START só ficará verdadeiramente fixado na exacta capacidade de influenciar positivamente os restantes membros do clube. É caso para exigir a poligamia e não apenas um casamento a dois.
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