O assunto nunca foi pacífico, mas não deixa de estar novamente no debate estratégico da NATO: que relação deve ser estabelecida com a Rússia. Por um lado, continua a existir uma percepção de insegurança em muitos aliados face a Moscovo. Por outro, a complexidade das ameaças e a presença da Rússia em muitas matérias de segurança euro-atlântica, tornam relevante o estabelecimento de um novo patamar bilateral.
Este conceito estratégico que sairá da Cimeira da NATO em Lisboa deve, em primeiro lugar, vincar a prevalência do Artigo V, dando corpo normativo a uma solidariedade interna na Aliança que não tem vivido (em boa verdade, nunca viveu) tempos de acalmia. Além disso, devemos ser capazes de colocar no debate a melhor forma da NATO colocar as questões a Moscovo, abrindo-lhe a porta da adesão – pondo-lhe pressão no cumprimento dos critérios e afirmando uma disponibilidade para dialogar que esfrie a tensão para futuros alargamentos -, ou mantendo-a numa parceria estratégica especial.