“Toda a gente” sabia que o António tinha cometido um crime. Como não se conseguiam arranjar provas, começou-se por arrancar as unhas ao rapaz a ver se ele confessava. Nada. Depois, enfiaram-se as pernas do bandido – de certeza, que era – numa tina de óleo a ferver. O crápula confessou.
Vieram uns formalistas defender que não se podia condenar o António. Uns ignorantes, uns tipos de má fé, com certeza.
Se se sabia, e o próprio tinha confessado, que era culpado, como é que se podia ignorar esta realidade?