O legado que recebe Obama não é de facto famoso, mas alguns dos problemas internacionais existiam antes, continuaram com e manter-se-ão depois de Bush. A questão nuclear da Coreia do Norte é uma delas. O que Obama mostra em dois meses é uma certa desorientação em lidar com esta "ameaça", como ele bem a descreveu. E é, sobretudo, uma ameaça para o Japão e Coreia do Sul, (os dois maiores aliados dos EUA na região), o que gerará, eventualmente uma escalada ao armamento nuclear regional. Não vale a pena negar esta hipótese. Quando Obama diz que é preciso uma acção da comunidade internacional para resolver este caso, reconhece duas coisas simples: primeiro, que já foram esgotadas todas as soluções sem grandes resultados (sanções, negociações a seis, negociações directas, isolamento), embora nunca um ataque directo e cirúrgico às instalações nucleares; segundo, que a "comunidade internacional" afinal se chama China. E só ela pode resolver isto. Custa, mas é a verdade.