Lembro-me dum post do meu camarada de bolg e amigo Bernardo em que dizia para que não contassem com ele para as guerras de trincheiras.
Não me recordo do assunto sobre o qual ele escrevia, mas já era uma chamada de atenção para aquilo em que se estava a transformar parte da blogosfera, sobretudo aquela que se dedica mais aos assuntos da política.
Vem isto a propósito de dois assuntos recentes: a questão de mais uma ascorosa divulgação de escutas sobre a qual já aqui me referi e a nojenta história que envolve a câmara municipal de Lisboa, uma vereadora e um assessor de 26 anos que sem cv que se apresente, sem licenciatura e com umas histórias muito esquisitas aufere a módica quantia de 3950 euros mensais para fazer assessoria política e técnica...
Quanto ao primeiro nojo, a blogosfera supostamente de direita (com a excepção do António Nogueira Leite) fingiu que não viu – um ou outro comentário, tão irrelevante como infeliz, não chega para pensar que a dita bloga tenha ficado agradada com a iniquidade do acto.
No segundo caso, os bloggers de esquerda ou aparentados ficaram também mudos e quedos. Bom, neste caso, que eu tenha conhecimento, nem uma voz foi excepção.
Não tenho qualquer dúvida que a maioria das pessoas que escrevam nesses blogues, de direita ou esquerda, ficaram revoltados com as duas situações, mas optaram pelo mais indigno dos ditos populares: “é verdade, são uns filhos da puta, mas são os nossos filhos da puta”.
O que parece que uns e outros não sabem é que os filhos da puta não são de ninguém, são apenas filhos da puta sem princípios nem valores que não servem a ninguém se não a eles próprios.