Barroso exultou sobre um choque fiscal e deixou-nos em choque com um aumento de impostos, supostamente para vestir um país deixado de tanga por Guterres;
Sócrates prometeu não subir os impostos e não tardou a aumentá-los para fazer face a uma alegada pesada herança do governo PSD/CDS;
Passos andou um ano a pregar contra a pressão fiscal do Governo socialista sobre as famílias e referiu que só em último caso aumentaria os impostos sobre o rendimento, mas, desta vez sem pedir desculpa, desviou-se colossalmente das suas intenções e nem um mês demorou para nos apresentar um imposto de 50% (confisco!?) sobre um rendimento relevante de quem trabalha em Portugal.
Todos nos disseram que isto seriam medidas de excepção para fazer face a uma qualquer situação de emergência, mas a verdade é que a curva tem sido sempre a mesma - ascendente. Quanto mais recebe, mais o nosso Estado gasta, indiscriminadamente, nos seus infinitos tentáculos.
Dizem-nos que agora será diferente! Como é evidente, (ainda) dou o benefício da dúvida a este Governo. No entanto, não posso deixar de manifestar o meu protesto pelo paradigma não ter mudado: os Portugueses são gente pacata e tranquila, portanto é carregar-lhes à vontade com impostos. E ainda por cima dizem-nos com uma cara de aparente normalidade que é por uma questão de precaução, para termos folga orçamental e mostrarmos aos mercados que somos muito bem comportados e aplicados. Se inspiramos confiança por apresentar uma taxa de 50% sobre rendimentos (a juntar a todos os outros impostos, taxas, emolumentos, etc. etc. etc.), ajudando a matar o consumo, a poupança, o investimento, a ECONOMIA, então não se admirem que a Moody’s e companhia nos mandem para o lixo. É que no país da Moody’s se alguém se lembrasse de tratar os contribuintes à moda europeia / portuguesa, o seu nome nem chegaria a constar de um boletim de voto.