Um país que deveria estar concentrado numa reflexão sobre como reduzir a despesa e reestruturar o Estado, de modo a no curto prazo poder reduzir a carga fiscal sobre os contribuintes, tem, pelo contrário, passado os dias a discutir fórmulas de criar novos impostos ou fazer regressar impostos imorais (como pelos vistos pretende o Senhor Presidente da República). Ou seja, continuamos a pensar em novos métodos de acabar com a pouca competitividade que resta à nossa economia e de promover a economia paralela.
Ainda admitiria que essa discussão fosse profícua se esses impostos ajudassem a resolver minimamente os problemas do país. No entanto, não ajudam! São meros exercícios de demagogia. É fácil e popular bater nos poucos ricos que restam em Portugal e não custa bater em mortos através do retrocesso ao imposto sucessório. Se continuarmos a matar a economia com mais carga fiscal, é evidente que a receita do Estado não aumentará (pelo menos com algum significado) e a nossa economia continuará a definhar sob a batuta dos teóricos que nunca tiveram o arrojo de pensar o Estado e a fiscalidade de uma perspectiva diferente.