A imagem não é tudo, mas para quem faz do palco público a sua vida...conta muito. A imaginação é um campo sem limites, mas é muito condicionada pelas imagens que fixamos. A última imagem que fixei de João Proença foi esta, publicada pelo Sol há seis dias. Cruzemos a imagem com a imaginação e troquemos João Proença por Pedro Passos Coelho, que nos prometia um Governo frugal e realista. Hoje se ouvisse, em dia de greve geral, o primeiro-ministro no Fórum TSF, não precisaria de fechar os olhos e recordar a tal imagem (Passos, refastelado numa cadeira à beira da piscina com um charuto na boca) porque todos os sindicalistas (encartados ou não) a levariam estampada em cartazes para a Praça do Rossio. A última imagem que fixei de Cavaco Silva foi a de um staff sem fim que o acompanhou aos Açores. A última que fixei de Sócrates foi a de um grande discurso feito por um mau primeiro-ministro. A liberdade de opinião é, assim, como a liberdade de imaginação: não paga imposto, só responsabiliza o próprio e não se confunde com amizades. Ainda bem.
Quanto à greve digo o óbvio: todos têm direito à greve, mas todos devem ter o direito a trabalhar.