A senhora Lagarde lembra-me aqueles maratonistas que, pelo prazer de participar na prova, acham que o importante não é chegar primeiro à meta, o importante é pelo menos lá chegar. Nem que seja 2h.45m.32 segundos depois de todos os outros. A senhora Lagarde tem dito uma belas verdades mas, primeiro, ninguém a parece ouvir e, segundo, di-las com pelo menos um ano de atraso. Já tinha defendido a "concertação com os credores" - uma renegociação que ninguém no governo quer assumir, mesmo que já tenha percebido que é a melhor das hipóteses -; agora é o pânico das consequências pela "perda de uma geração qualificada" em Portugal. O que me espanta não é a origem das declarações, mas que salientem uma evidência tão grande e tão fora do prazo. O que foi não volta a ser.