Um mês após a invasão do Iraque (2003), o embaixador suíço em Teerão levou uma carta do Governo iraniano até Washington, na qual era lançado um princípio negocial interessante: em troca do levantamento das sanções, Teerão aceitava uma monitorização ao seu programa nuclear e pararia o apoio militar ao Hamas e Hezbollah. Ao ver Saddam derrubado num abrir e fechar de olhos e com a economia em reforma, o Governo de Khatami temeu o colapso do caminho do regime. Mas quando Rumsfeld e Cheney souberam da iniciativa, confirmaram que a administração "não falava com o mal". Podia ter sido a oportunidade para tornar uma guerra maldita nas opiniões públicas num efeito colateral de resolução da proliferação nuclear na região e do apoio a movimentos que minam a segurança de Israel.
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