O debate da moção de censura agravou a crise. Nada que ver com os mercados, nada que ver com a possibilidade dum segundo resgate. Mostrou, ainda duma maneira mais evidente do que se julgava, a profunda crise de alternativas em que estamos metidos. No fundo, os medos de ontem confirmaram-se: um governo incompetente, com uma linha completamente errada e a prometer insistir nela, e um PS sem conseguir resolver o seu passado, sem um discurso sobre as origens da crise e a exibir a sua incapacidade de construir uma alternativa.
Claro está, se o Tribunal Constitucional amanhã “ajudar”, o PS terá o pedido de demissão do Governo mais reforçado e ninguém se lembrará da triste figura que fez no Parlamento. A questão é o que depois fazer com a razão que vai apregoar.