A entrada de Miguel Vale de Almeida nas listas do PS foi não foi um acontecimento qualquer para o Bloco de Esquerda.
O antropólogo foi muito importante para o crescimento do Bloco: foi porta-estandarte de uma causa “fracturante” e deu sempre uma imagem de ponderação e equilíbrio, fundamental para o necessário perfil institucional que o momento de evolução deste partido exige.
Para quem se acha do lado certo da História e cheio de absolutas verdades, não existem dúvidas: Vale de Almeida foi muito bem recompensado para ter traído o partido.
Não é sequer admissível pensar que tenha mudado de opinião ou se sinta mais próximo, neste momento, dos socialistas. Nada disso. Além do cargo de deputado algum Instituto, Fundação ou Observatório lhe foi prometido.
Vai ser difícil sabermos quem mente na história do convite ou não convite a Joana Amaral Dias: se a ex-mandatária para a juventude da candidatura de Mário Soares, se o Primeiro-Ministro, mas quem ouve as declarações de Francisco Louçã percebe onde se quer chegar.
O mundo pode mudar mas há estratégias e maneiras de fazer política que continuam iguais.