É tudo uma questão de perspetiva. Estar no Alasca e olhar para o mundo ajuda-nos a fugir do eurocentrismo analítico. No maior estado dos EUA as regiões nativas têm um sistema de empresas públicas em que os cidadãos são automaticamente seus acionistas, recebendo os dividendos anuais dos proveitos da exploração dos recursos naturais (petróleo, gás, peixe, cobre, etc). Caso uma dessas empresas não tenha recursos para distribuir, as que se dedicam à extração do petróleo passam-lhe um cheque em forma de solidariedade corporativa. No Alasca não há debate sobre impostos porque simplesmente eles não existem. Todos recebem um cheque anual em função dos resultados do fundo petrolífero local. Mesmo assim, permanece uma tensão tremenda com Washington, visto aqui como "colonizador" e "usurpador" e cuja distância todos saúdam efusivamente.
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