Merkel, ao contrário do que se diz, é mais herdeira de tudo isto, não tanto o seu motor. Herdeira da vitalidade de uma grande Alemanha - demasiado grande e forte para a Europa, como escreveu A. J. P. Taylor -, da condução reunificadora de Kohl, mas também da sua decadência e da crise da CDU no início do milénio, e sobretudo das reformas de Schröder, que deram a robustez necessária para a Alemanha suportar a crise financeira desde 2008. A verdade é que foi um governo de centro-esquerda a fazer as reformas sociais e laborais mais duras. Com a devida destrinça, Schröder foi para Merkel o que Thatcher foi para Blair.
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